A Rússia espera que sua agência antidoping, a Rusada, suspensa desde 2015, será novamente declarada seguidora das normas "em novembro", declarou nesta segunda-feira o ministro russo dos Esportes, Pavel Kolobklov. O presidente da Agência Mundial Antidoping (Wada), por sua vez afirma que "ainda falta muito a fazer".
A Wada "aceitou o plano que visa recolocar a Rusada na conformidade com o código mundial antidoping", declarou Kolobkov, durante congresso da Wada, em Lausanne, na Suíça.
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– Alguns critérios já foram atingidos e estamos trabalhando para que a integralidade desses critérios seja respeitada. O objetivo é obter uma conformidade provisória em maio e a Rusada espera obter sua autorização em novembro – disse Kolobkov.
Sucessor de Vitali Mutko, o ministro disse que o país triplicou o orçamento da Rusada:
– Colocamos o laboratório antidoping sob controle da Universidade de Moscou, e não mais sob ordens do Ministério dos Esportes.
O presidente da Wada, Craig Reedie, havia afirmando mais cedo que a Rusada ainda tinha "muito o que fazer" para que a suspensão fosse retirada.
Mesmo se "progressos foram feitos", a Rusada "precisa mostrar que os processos em ação são autônomos e independentes de toda ingerência exterior", completou Reedie.
– Continuamos nosso trabalho afim de restaurar a conformidade da agência antidoping russa. Temos desde março de 2016 dois especialistas em Moscou, no intuito de garantir essa independência – explicou o presidente da Wada.
A Wada declarou a Rusada "não-conforme" em novembro 2015, com base no relatório independente sobre o doping no atletismo russo redigido pelo ex-presidente da Wada, Dick Pound, que desvendou um esquema em que a agência antidoping russa ajuda a esconder casos de doping envolvendo atletas russos.
O relatório do professor canadense Richard McLaren, encomendado pela Wada, em seguida comprovou o envolvimento do Estado russo, o que resultou na exclusão de atletas russos dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e na suspensão da Rússia da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf).
Kolobkov, ex-campeão olímpico de esgrima, sucedeu no cargo de ministro dos Esportes a Vitali Mutko, que também é presidente do comitê de organização da Copa do Mundo de futebol 2018 e vice-primeiro-ministro da Rússia desde outubro de 2016.
Mutko faz parte dos responsáveis russos citados no relatório McLaren pelo envolvimento no grande escândalo de doping de Estado na Rússia entre 2011 e 2015, incluindo nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.
*AFP