O futebol argentino vive uma grave crise financeira. Desde que o presidente Mauricio Macri optou por cancelar o financiamento dos clubes através do Fútbol para Todos – programa em que o governo federal comprava os direitos de transmissão do Campeonato Argentino para exibição dos jogos na TV pública local –, há atrasos no pagamento de salários e de outros custos para equipes das quatro primeiras divisões do país.
Nesta quinta-feira, a situação foi aliviada quando o governo decidiu quitar a dívida de 350 milhões de pesos (R$ 70 milhões) pela rescisão contratual. A tendência é que o dinheiro seja depositado nas contas dos clubes nas próximas horas, mas a decisão não garante que os jogadores não façam uma greve geral – o que atrasaria o reinício do campeonato, previsto para esta sexta-feira.
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O Futebolistas Argentinos Agremiados, espécie de sindicato dos jogadores, afirma que há clubes que não pagam salários desde agosto do ano passado. Sergio Marchi, secretário-geral da entidade, disse que os atletas não vão entrar em campo se não houver uma sinalização de pagamento – e os R$ 70 milhões podem não ser suficientes para quitar todas as dívidas, especialmente entre os clubes menores.
O Gimnasia y Esgrima, de La Plata, chegou a entrar com um Concurso Preventivo – medida jurídica argentina anterior à falência que indica incapacidade de quitar as dívidas a curto prazo. Banfield, Newell's Old Boys, Olimpo e Quilmes também vivem situações críticas.
A Associação de Futebol Argentino (Afa) caminha para a reorganização. Armando Pérez comanda o órgão de forma interina como presidente de um comitê de regularização. Ainda há divergências na entidade na maneira de como o novo presidente efetivo será escolhido. Os membros da Afa já definiram um novo estatuto e negociam com uma empresa internacional os direitos de transmissão do Campeonato Argentino. Enquanto isso, mesmo se os jogos ocorrerem, eles não terão exibição.