Na natação, é raro o recordista não ficar com o ouro. No atletismo, a mesma coisa. Até vôlei e basquete são muito previsíveis.
O futebol não. Por isso que mexe tanto com tanta gente mundo afora. Por que, aos final dos 90 minutos, o pequeno pode ter derrubado o grande, inundando de alegria o lado da minoria. O destino é democrático quando 11 contra 11 correm atrás da mesma bola.
Nasce nesta falta de lógica do futebol minha esperança de ver uma festa do Ypiranga nesta quarta-feira à noite, no Colosso da Lagoa. Afinal, o Canarinho, clube da minha cidade, Erechim, joga uma final contra o Internacional. E não estou me referindo à Recopa Gaúcha, cujo troféu será entregue ao vencedor. Meu foco está no Gauchão, na qual ocupamos a vergonhosa zona do rebaixamento. E quis o destino que o rival fosse um grande da Capital no momento mais crítico do campeonato.
E se o time ainda não inspira muita confiança, abrace junto essa missão hoje, erechinense! Vista a camisa, vá ao estádio e faça o Canarinho voar para o alto da tabela. Se você tem simpatia pelo Colorado, deixe isso de lado nesta quarta-feira. O Inter vai se classificar de qualquer jeito. É o Ypiranga que precisa de seu apoio neste momento. Cair para a Segundona no Gauchão é como tombar num calabouço onde outros clubes com história no Rio Grande se debatem há anos sem achar a saída.
Pensem nisso, meus conterrâneos! Na hora de ir ao trabalho, de manhã cedo, repasse a convocação que faço neste texto. Reúnam a família, os amigos, peguem as almofadas e as laranjas de umbigo e rumem ao Colosso da Lagoa.
E vocês, atletas, honrem o manto verde e amarelo que representa mais de 100 mil pessoas de uma cidade que tem um dos mais belos estádios do Sul do Brasil. Não manchem suas carreiras. Aproveitem o jogo contra um adversário renomado e joguem a partida da vida nesta noite. Com o Colosso lotado e empurrando o Canarinho, o time vai embalar para as duas rodadas seguintes.
Se não for pedir muito, caro treinador Guilherme Macuglia, leia o parágrafo acima na preleção. Se quiser ler a crônica inteira, será um orgulho enorme para este torcedor que segue acompanhando o Ypiranga mesmo depois de 19 anos morando longe de Erechim. Trabalhei durante uma década com jornalismo esportivo e sei que recortes de jornal já fizeram milagres quando usados em vestiários de futebol.