Zé Roberto, Roger Federer, Serena Williams, Tom Brady. Nos últimos meses, o esporte mundial viu uma sucessão de atletas que, mesmo nas fases finais de suas carreiras, conseguiram superar os obstáculos do tempo e esticar o período de sucesso. As vitórias – seja no Campeonato Brasileiro, no Aberto da Austrália ou na NFL – dependeram de fatores em comum: carreiras estáveis, dedicação em tempo quase integral e descanso físico.
O lateral-esquerdo do Palmeiras tem uma longevidade incomum para jogadores de futebol e foi campeão brasileiro. Mesmo aos 42 anos, ainda consegue produzir em um nível. Além de ter cuidado a parte física durante toda a carreira, fez 45 jogos ao longo da temporada passada.
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– Fiz uma entrevista outro dia, aí vi minha foto e não acreditei que tenho 42 anos. Olho no espelho e, modéstia à parte, parece que tenho menos (risos). Minha ficha ainda não caiu. Até porque a idade não me traz nenhum peso – contou o ex-gremista.
Tom Brady, um dos maiores jogadores da história do futebol americano, completa 40 anos em agosto. No domingo passado, liderou o New England Patriots à maior virada da história do Super Bowl sobre o Atlanta Falcons e garantiu o seu quinto título na NFL. O quarterback, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho e perdeu a temporada 2008, conseguiu se recuperar integralmente e não perdeu mais jogos por lesão desde então.
O segredo foi uma parceria com Alex Guerrero, um preparador físico individual que foca o condicionamento do atleta em alongamentos. Para ele, o esforço físico da musculação enrijece o corpo, enquanto Brady precisava de flexibilidade. Além do joelho, o quarterback não teve mais dores no ombro, que antes eram frequentes pela repetição de movimento.
A alimentação também é um ponto importante na vida de Brady. Durante a temporada do futebol americano, que vai de setembro a fevereiro, ele é vegão – não come carnes ou derivados de animais. Quando quer alimentos diferenciados, "exagera" com um sorvete de abacate ou um pedaço de salmão.
– Parece que ele realmente tem ficado mais forte e mais rápido à medida que ele fica mais velho – contou Guerrero, em entrevista recente ao Bleacher Report.
No tênis, Roger Federer voltou a conquistar um Grand Slam depois de cinco anos ao derrotar Rafael Nadal no Aberto da Austrália. As lesões no joelho e nas costas eram recorrentes para o suíço de 35 anos. O limite foi atingido em 2016, e ele decidiu por resolver os problemas em vez de postergá-los. Por isso, anunciou no fim de julho que não jogaria mais até o fim da temporada para voltar ao alto nível em 2017. Foi exatamente o que aconteceu. Os seis meses parados serviram para fazer as cirurgias necessárias, completar a recuperação e descansar o corpo. No primeiro Grand Slam no retorno, mostrou um tênis que há tempos não jogava. Se as dores ainda o acompanham, pelo menos Federer agora tem a capacidade de suportá-las.
– Tive dores na perna desde o jogo contra Rubin. Estou feliz em conseguir administrar durante o torneio. Nas semifinais, contra Wawrinka, queria ver se uma massagem poderia me ajudar – contou, assim que venceu Nadal.
Serena Williams, também de 35 anos, seguiu o caminho de Federer. No fim de 2016, optou por não acelerar a recuperação. A decisão custou a perda do primeiro lugar no ranking feminino. Mas a volta rendeu mais um título – e uma vitória na final sobre a irmã Venus, um ano mais velha.
*ZHESPORTES