A Federação Russa de Atletismo (Rusaf) revelou nesta quarta-feira os nomes dos 31 atletas dispostos a competir sob bandeira neutra, evitando assim uma suspensão da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF).
O atletismo russo está no centro de um vasto escândalo de doping e de corrupção, que provocou a suspensão do país pela IAAF em novembro de 2015, antes de privar os atletas russos dos Jogos do Rio 2016, após investigação da Agência Mundial Antidoping (Wada).
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Estes atletas ainda podem esperar competir internacionalmente ao se inscreverem como "neutros" e receberem o "ok" da IAAF. Entre eles há vários campeões mundiais.
Ivan Ukhov, campeão olímpico do salto em altura em 2012, Sergei Shubenkov, campeão do mundo dos 110 m com barreira em 2015, e Lukman Adams, campeão do mundo indoor do salto triplo em 2014, estão na lista publicada pela Rusaf, assim como Maria Kuchina, campeã do mundo do salto em altura.
Yekaterina Koneva, campeã do mundo do salto triplo indoor em 2014, Svetlana Shkolina, bronze no salto em altura nos Jogos de Londres 2012, assim como Anzhelika Sidorova, campeão europeia de salto em altura em 2014, também aguardam decisão da Iaaf.
Os atletas candidatos a competir como neutros precisam "não estar envolvidos de maneira direta no fracasso de sua federação nacional em colocar em prática um sistema adequado para promover um atletismo limpo", explicou a IAAF.
Os atletas também não podem ter trabalhado com técnicos ou médicos envolvidos em casos de doping.
Em fevereiro, a IAAF decidirá se irá reintegrar a Rússia, dependendo do progresso realizado por Moscou desde que o escândalo veio à tona.
Em paralelo às acusações de doping da IAAF, o jurista canadense Richard McLaren publicou em dezembro a última parte do relatório que desvendou, antes dos Jogos do Rio 2016, um sistema de doping institucionalizado na Rússia e que resultou na exclusão da competição de mais de uma centena de atletas russos. Na conclusão da investigação, mais de 1000 atletas russos, de mais de 30 disciplinas, foram envolvidos.
Moscou sempre negou as acusações, insistindo na responsabilidade individual dos atletas dopados.
*AFP