Os fãs já estavam com saudade. Desde a segunda semana de maio do ano passado, quando foi disputado o Masters 1000 de Roma, todos os quatro grandes tenistas da geração mais vitoriosa da história do tênis não participavam de um mesmo torneio.
Em Grand Slams, a última vez que o público viu Andy Murray, Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer juntos em ação foi nas quadras rápidas de Melbourne Park, há exatamente um ano, no Aberto da Austrália, cuja edição 2017 começa na noite deste domingo no Brasil.
Leia mais:
Teliana, Paula e Clezar perdem no quali do Aberto da Austrália
Brasileiros têm estreia difícil no Australian Open
Calendário 2017: veja as datas das maiores competições esportivas do ano
Dono de 46 títulos da mais importante série de torneios do circuito (que inclui ainda Roland Garros, Wimbledon e US Open), o quarteto estreia em Melbourne com ambições distintas. Enquanto Murray e Djokovic dão sequência a uma acirrada disputa pela liderança do ranking da ATP – arrancada pelo britânico no fim de 2016, depois de 122 semanas de hegemonia do sérvio –, Nadal e Federer ensaiam um recomeço nas quadras, após o encerramento prematuro de ambos da temporada 2016 por problemas de lesão.
A dupla entra na disputa em posição na qual está pouco acostumada. O espanhol é apenas o nono cabeça de chave, ainda melhor do que o velho rival. Pela primeira desde 2002, no Aberto dos EUA, o suíço está fora do top 10 em um Grand Slam – é o 17º cabeça de chave do torneio. Recuperado de cirurgia em um dos joelhos, o tenista de 35 anos acredita que seu ciclo não está perto do fim.
– Depois de tirar esses seis meses (não joga desde Wimbledon, em julho), acho que vou continuar jogando por mais uns dois ou três anos e não apenas seis meses. Minha visão é a longo prazo – declarou Federer ao site oficial do Aberto da Austrália.
Uma coincidência do passado recente pode servir de bom presságio para o suíço, que já conquistou 17 títulos de Grand Slam, recorde entre os homens. Quando Pete Sampras ganhou seu 14º e último Major, no US Open de 2002, um recorde até então, o americano também era o 17º cabeça de chave.
ANDY MURRAY
Grã-Bretanha, 29 anos
Ranking: 1º
5 finais em Melbourne (2010, 2011, 2013, 2014 e 2015)
Busca o primeiro troféu na Austrália para se livrar do indesejado recorde de tenista que alcançou mais finais de um mesmo Grand Slam sem ter conquistado o título. Na estreia, o número 1 do mundo encara o ucraniano Illya Marchenko (93º do ranking). Nas quartas de final, pode encontrar Federer, que o derrotou na decisão de 2010.
NOVAK DJOKOVIC
Sérvia, 29 anos
Ranking: 2º
6 títulos em Melbourne (2008, 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016)
O ex-número 1 do mundo tenta o recorde absoluto de sete títulos na Austrália. Quatro de seus seis troféus foram conquistados sobre Murray. Se avançar à semifinal em Melbourne, chegará às 233 vitórias de Jimmy Connors em Grand Slams, atrás apenas das 307 de Federer. Estreia contra o espanhol Fernando Verdasco (44º).
RAFAEL NADAL
Espanha, 30 anos
Ranking: 9º
1 título em Melbourne (2009)
Dono do segundo melhor aproveitamento na história dos Grand Slams (86,7% de vitórias), o espanhol mira um feito inédito na Era Profissional. Se conquistar o bi em Melbourne, será o primeiro a ostentar ao menos dois troféus em cada Grand Slam. O alemão Florian Mayer (49º) é o adversário no primeira rodada.
ROGER FEDERER
Suíça, 35 anos
Ranking: 17º
4 títulos em Melbourne (2004, 2006, 2007 e 2010)
Maior vencedor de torneios de Grand Slam entre os homens (17 títulos), Federer mira outros recordes na carreira a partir de Melbourne. Em busca do penta na Austrália, o suíço está a apenas duas vitórias da recordista Serena Williams em Slams. Na estreia, Federer pega um adversário que sairá do qualifying.
OS BRASILEIROS
Thomaz Bellucci (62º do ranking), Thiago Monteiro (83º), Rogério Dutra Silva (96º) são os representantes do Brasil na chave masculina – não há brasileiras classificadas no feminino. O gaúcho André Ghem ainda disputa o qualifying – se vencer o italiano Thomas Fabbiano, em partida prevista para começar às 23h30min desta sexta-feira, ele entra na chave principal de simples.
Na primeira rodada, Bellucci enfrenta o tenista local Bernard Tomic (27º). Já Monteiro encara o francês Jo-Wilfried Tsonga (12º), enquanto Rogerinho estreia contra o americano Jared Donaldson (101º)
Nas duplas, destaque para a participação de Bruno Soares, companheiro de Jamie Murray (GBR). Atuais campeões do torneio, os dois são cabeça de chave número 2 em Melbourne. Já Marcelo Melo, ex-número 1 do ranking individual de duplas, estreia nova parceria em 2017, com austríaco Lukas Kubot. Bellucci, André Sá e o gaúcho Marcelo Demoliner também estão inscritos.
NA TV
Os canais ESPN transmitem o torneio. Para quem gosta de dormir tarde, o Aberto da Austrália é um prato cheio: os jogos da sessão diurna em Melbourne começam às 22h no Brasil e varam a madrugada. Para quem acorda cedo está reservado o filé mignon: a sessão noturna de lá tem início às 5h daqui e se encerra por volta de 11h.
*ZHESPORTES