Aos 43 anos, o bicampeão olímpico Robert Scheidt afasta a ideia de aposentadoria e se aventura em novos mares. Após o quarto lugar no Rio 2016, ele se prepara para encarar um desafio da classe 49er ao lado de Gabriel Borges. A estreia da nova dupla ocorre em 22 de janeiro, na etapa de Miami da Copa do Mundo.
Habituado às classes star e laser, Scheidt competirá em um barco maior, mais veloz e que requer diferentes estratégias.
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– Muita gente me perguntou por que continuar velejando. A verdade é que eu adoro. Gosto de velejar, de ter um desafio na vida, um objetivo pelo qual lutar. Sempre quero melhorar, conhecer mais a vela, isso me motiva. Sempre imaginei que a Rio 2016 fosse a minha última. Semanas depois, eu estava sem definição do que iria fazer. Então o Gabriel me ligou perguntando se eu gostaria de testar o 49er. Pensei: por que não tentar uma categoria nova? Ainda tenho lenha para queimar e uma nova categoria é uma nova motivação. Vamos em frente e deixar as coisas acontecerem até decidirmos se essa empreitada pode se transformar em ciclo olímpico.
O início em uma nova categoria é visto pelo velejador com tranquilidade.
– Vejo o 49er como um barco interessante e a ideia é velejar sem compromisso. Por enquanto, quero aproveitar o privilégio de fazer o que gosto, sem ambição de ser medalhista olímpico de novo. Até porque tenho uma montanha enorme na minha frente. Não tenho background nesse barco. E você toma muita surra no início. Mas estou gostando e o Gabriel é um excelente proeiro (ele fez dupla com Marco Grael no Rio 2016 e terminou em 11º lugar). O tempo vai mostrar até que nível podemos chegar e o próximo ano é decisivo – conta Robert.
Os treinos na nova categoria começaram cerca de um mês após a Olimpíada, na Itália, mais especificamente no Lago di Garda, onde Scheidt mora com a família. Após a estreia em Miami, a nova dupla pretende participar da Copa Brasil, em Porto Alegre, e, a partir de abril, investir mais tempo em treinamento, desta vez na Europa.
Além da 49er, o veterano recebeu propostas para navegar em barcos da vela oceânica, para trabalhar como técnico e também cogitou investir na classe Nacra 17, que é mista. Nesse caso, poderia velejar com a esposa, Gintare. Porém, como ela é da Lituânia, não poderiam competir juntos em uma Olimpíada.
* Lancepress