Uma cena diferente chamou a atenção de quem transitava pela Avenida Ipiranga no início da manhã desta sexta-feira. Em frente à sede da Federação Gaúcha de Futebol, duas faixas estavam expostas com críticas à FGF e à CBF. O protesto disparou contra o enfraquecimento da Primeira Liga, por parte da confederação nacional, e pelo valor que os clubes do interior vão receber no Gauchão.
A primeira faixa lia "CBF vergonha, viva a Primeira Liga", e a segunda criticava a Federação Gaúcha: "FGF cretina, por mais dinheiro aos clubes do interior". Após ficarem amarradas nas grades em volta da sede, as duas faixas foram retiradas antes das 11h por funcionários do estacionamento do local.
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O protesto foi organizado pelo Movimento 1982, um grupo de torcedores que pede mudanças no futebol brasileiro. Clarice Sena e dois amigos integrantes do grupo foram até a sede da FGF e penduraram as faixas no local. Segundo Clarice, a ideia era mostrar a inconformidade com a situação do esporte.
– As faixas mostram a nossa linha de pensamento: a FGF não repassa dinheiro para os times do interior, com uma divisão injusta, e a CBF sempre pode ser criticada. Essa notícia de que os clubes podem ser excluídos se fizerem críticas a um campeonato ou à ela é um completo absurdo. Fui com mais dois amigos hoje (sexta) porque achamos que não teria ninguém. Tínhamos medo de alguma repressão, mas o pessoal que estava na sede só ficou olhando – disse a torcedora de 18 anos, de Porto Alegre.
A ideia de Clarice e seus amigos é criar um grupo que una a torcida para servir de oposição às ideias defendidas pela CBF e pelas federações estaduais.
– Na verdade, a gente está tentando criar um movimento parecido com o Bom Senso, mas voltado à torcida. Somos de Porto Alegre, mas tem pessoas de outros lugares que nos apoiam. Fizemos um manifesto, criamos uma página no Facebook. Alguns clubes, com certeza, compactuam com essas decisões da CBF. A Primeira Liga é uma iniciativa que, se os times se unissem, talvez desse certo – criticou a torcedora do Grêmio.
Procurada pela reportagem, a FGF não respondeu aos contatos. A sede da federação está fechada, e o presidente Francisco Novelletto não atendeu às tentativas de contato por telefone.
*ZHESPORTES