O pior dia dos 107 anos de vida do Inter começou a ser gestado em dezembro de 2015. Foi quando Vitorio Piffero começou a descartar no Sala de Redação técnicos de primeira linha no futebol brasileiro, como Mano Menezes e Abel Braga, e prometeu que não traria um profissional estrangeiro (depois teve de engolir Diego Aguirre). Piffero estava certo de que Tite diria sim à proposta apresentada por ele.
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Essa autossuficiência empurrou o Inter para a Série B. A mesma que fez o presidente demitir Diego Aguirre às vésperas de um Gre-Nal sem perceber que o uruguaio era adorado pelos jogadores, a quem havia conquistado com o rodízio e até folgas prolongadas. O resultado desse erro foi traduzido no 5 a 0 na Arena.
A mesma autossuficiência reapereceu quando o presidente e seu vice de futebol, Carlos Pellegrini, foram ao Chile tentar Jorge Sampaoli, que recém havia ganho com o Chile a Copa América. Saiu para buscar um dos melhores técnicos do mundo e voltou para o Beira-Rio com Argel – que até deu resultado e afastou com bons resultados o rebaixamento, porém, sem nunca casá-los com bom rendimento.
Tudo isso aconteceu nos primeiros nove meses de Piffero e sua direção no Beira-Rio. O restante do caminho até o rebaixamento foi construído em 2016. Foram tantos erros que eu tomaria o dia inteiro de vocês aqui. Mas eles estão resumidos na campanha: foram 17 derrotas no Brasileirão, quase um turno inteiro, e quatro técnicos, tão diferentes que parecem não exercer a mesma profissão. Tudo isso foi feito sem que a autossuficiência desaparecesse. E ela acabou cegando a todos no Beira-Rio. E derrubou o Inter.
*ZH ESPORTES