Os adiamentos da Final da Copa do Brasil em Porto Alegre no dia 30 e de toda a última rodada do Brasileirão no dia 07, foram uma das raras medidas adotadas com correção pela CBF. Não há clima para bola rolar agora, tão perto da maior tragédia do mundo futebolístico e jornalístico da história. Olhe lá se haverá clima nos dias 7 e 11 de dezembro.
Imagine os times que jogarão fora de casa. Indo para o aeroporto. Entrando nos aviões. As emissoras de rádio e tv com seus profissionais precisando se deslocar. Eu sei que a vida tem de continuar. Que os "eternos campeões da Chape" serão sempre lembrados. Mas pense nos demais colegas de profissão, dos jogadores e dos jornalistas, neste momento tão próximo? Nenhum clima.
Mas vá lá. A Copa do Brasil precisa ter um campeão. O Brasileirão precisa definir seus dois últimos representantes na Libertadores 2017. E a Série B precisa conhecer seu último participante na próxima temporada.
Só porque insistir na realização de Chapecoense x Atlético/MG? Não vai mudar nada para nenhum dos dois. O Atlético já está garantido na Libertadores, na fase inicial. E a Chapecoense já está garantida na Sul-Americana, sem nenhum risco de ficar abaixo nem de subir mais. Imaginem 90 minutos destes dois times, menos de duas semanas depois de um deles ter seu elenco dizimado por uma tragédia? Se a CBF quer homenagear as vítimas num jogo festivo, que prepare para a abertura do Brasileirão no ano que vem. Que faça um regulamento preservando a Chape do rebaixamento nos próximos anos, como sugeriu o Corinthians. Existem muita s maneiras de não causar tal constrangimento de realizar esta partida.