Irmãos dentro e fora de campo. Os colombianos, um mês depois, não esqueceram os votos de caminhar para sempre ao lado de "la Chape". O povo antioquenho virou também chapecoense dentro de seu coração. E os laços de dor que os uniram, se depender deles, não se romperão jamais.
O jornalista Daniel Cardona, do jornal El Colombiano, dá a dimensão:
– As primeiras semanas foram de luto em Medellín, porém há um sentimento de vínculo que só cresce em relação ao povo de Chapecó. A torcida do Atlético Nacional passou a acompanhar todo o noticiário que diz respeito à Chapecoense nas redes sociais, acessam as informações tanto quanto de seu time, consomem, publicam e replicam. Há um sentimento de irmandade crescente – informa o repórter.
O diretor Victor Marulando Marulanda, do Atletico, vai além no quesito conexão entre povos e clubes:
– Mesmo um mês depois do ocorrido, diante da magnitude de tudo que se passou, ainda há muita dor no coração, é uma reação genuína de nossa torcida, de nosso povo, algo que brotou na alma e que não vai se apagar.
O dirigente reforça:
– Vamos buscar um diálogo futuro com a Chapecoense, ações que possam estreitar as relações e criar vínculos fortes. É o que o povo quer, as pessoas em Medellín usam no dia a dia bonés, camisas e adereços relacionados à Chapecoense.
Um recado forte, de que a relação entre Chapecó e Medellín tem um futuro longo, vem do tenente Marlon Lengua, que resgatou o zagueiro Neto:
– Tenho um agradecimento infinito ao povo de Chapecó por me fazer sentir como um herói, quando o que fiz foi simplesmente cumprir meu dever. As recordações estão latentes como se tivesse acontecido ontem.
A magia dos boleiros de Envigado e o coração enorme dos cidadãos colombianos são uma força que os índios guerreiros da Chape podem contar na sua reconstrução. Definitivamente, a grande Chapecó não tem mais os 626 km² originais. À região podem ser acrescidos os 1.152 km² de Medellín.
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