Apontar problemas é fácil, difícil mesmo é encontrar soluções. Assim vive a seleção argentina, uma das mais poderosas do planeta e que simplesmente não consegue "andar". No início das Eliminatórias, vinha de um vice-campeonato mundial, trocava de técnico (saía Alejandro Sabella e entrava Tata Martino) e, em seguida, chegava a outros dois vices campeonatos de Copas Américas.
Tudo certo? Era o que parecia.... O alto nível estava mantido, os grandes jogadores continuavam a surgir e restava apenas "azeitar" a máquina para a Rússia 2018. Mas o que aconteceu? Hoje a seleção já trocou de técnico mais uma vez (saiu Tata Martino e entrou Edgardo Bauza) e, em vez de brigar pelos primeiros lugares, luta para continuar viva na caminhada rumo à Rússia.
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A Argentina perdeu-se em um mar de desmandos e desorganização dentro e fora de campo. Ao escolher Tata Martino, colocava-se um treinador de bons trabalhos em âmbito local e de pouca hierarquia, mas que vinha de uma má passagem pelo Barcelona.
Com desempenho pálido e a ameaça de Lionel Messi de deixar a seleção de maneira permanente, tomou-se a decisão de conduzir de maneira bizarra "Patón" Bauza ao cargo de treinador. Bizarra porque foi feita por uma AFA (a CBF deles) sem presidente e porque ocorreu de maneira quase amadora após as negativas de Simeone e Bielsa e da impossibilidade de Sampaoli.
É óbvio que o campo iria pagar. Hoje em sexto lugar e com um time desconectado, tem um técnico quase demitido e convive com a ameaça concreta de não chegar ao próximo Mundial (a última ausência foi em 1970). Por isso, a importância do confronto com a Colômbia amanhã. Bauza promete muitas mudanças para vencer e evitar sua saída.
Espero que deixe de lado nomes como Zabaleta, Lavezzi e Biglia, algo que, se fizer, será uma boa contribuição mesmo que ali adiante seja demitido. A seleção virou refém de Messi e seu "clubinho", é o que a maioria da crônica argentina aponta e, com isso, a seleção não se renova. Colocar alguém que realmente quer estar ali, descobrir os "sócios" no melhor sentido para o camisa 10 são desafios deste ou de outro treinador.
Do jeito que está, Messi joga junto e sozinho ao mesmo tempo. Junto de seus "parças" e longe de um bom futebol.Já não há mais "Jefes", nem mesmo a liderança de Mascherano basta. A Argentina precisa vencer a Colômbia e depois aproveitar a parada até março para reencontrar seu DNA.
Seja com novo comandante técnico, seja com caras novas... A Argentina precisa voltar a ser a Argentina.
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