Após viajar 13 horas de carro entre Curitiba e Santa Maria, Gilvan Ribeiro está em casa. O canoísta olímpico chegou à cidade na terça-feira, acompanhado de um novo amigo, o norueguês Asmund Heir, que faz intercâmbio no Rio de Janeiro e resolveu conhecer o sul do país para compartilhar experiências. Descansou por algumas horas e, à noite, reencontrou os colegas de aula. É isso mesmo. Aos 27 anos, Gilvan cursa o 5º semestre de Jornalismo no Centro Universitário Franciscano (Unifra).
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Nesta quarta-feira, na barragem do DNOS, sede da Associação Santa-Mariense de Esportes Náuticos (Asena), no bairro Campestre do Menino Deus, o atleta conversou com a reportagem do Diário enquanto observava de perto o futuro da canoagem santa-mariense: os aprendizes do projeto social Remar, criado pela família Ribeiro em 2012 e que, atualmente, conta com 15 alunos.
– Um dos alunos chegou para mim hoje e disse "Que honra treinar com um atleta olímpico aqui". Mas a honra, na verdade, é minha em poder acompanhar nossos futuros atletas olímpicos – espera um ambicioso Gilvan.
Desta vez, ele não trouxe medalhas em sua bagagem. Mas a experiência olímpica pode fazer com que Santa Maria dê um salto enorme para se tornar uma referência nacional na modalidade.
– A Asena vai se tornar uma referência nacional. Começamos esse projeto há cinco anos com poucas perspectivas de crescimento. Era só uma área verde e uma água. Hoje, temos uma estrutura física pequena, mas organizada – explica Gilvan, que pretende, em breve, expandir categorias e infraestrutura.
Gilvan deve fixar residência em Santa Maria até janeiro. É que, apesar do bom momento da canoagem brasileira, impulsionado, principalmente, pelo desempenho de Isaquias Queiroz na Olimpíada do Rio – faturou duas pratas e um bronze –, o futuro dos atletas da Seleção ainda é incerto. De momento, todos os canoístas que representaram o Time Brasil nos Jogos Olímpicos foram liberados, mas seguem na equipe. Porém, a data de retorno deles a Curitiba, sede da canoagem do Brasil, vai depender dos patrocínios firmados entre Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e empresários.
Mesmo "de folga", o ano de competições ainda não terminou. De 22 a 25 de setembro, será realizado o Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, em Curitiba, no Paraná. A tendência, conforme normativas da CBCa, é que os três melhores canoístas nos 200m e nos 1.000m conquistem ou renovem vagas na seleção brasileira. Gilvan é o atual campeão brasileiro no K1 200m e o terceiro no K1 1.000m.