Após cinco temporadas extenuantes na infernal Terceira Divisão e uma derrota traumática na final do ano passado, o Guarany, de Bagé, do histórico Estádio Estrela D`alva, conseguiu com uma campanha quase impecável ascender para a Divisão de Acesso.
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Um dos pontos altos do título foi a união. Dirigentes antigos convidaram jovens torcedores das arquibancadas para integrar funções dentro clube. Em uma eleição disputada entre duas chapas, prevaleceu esse grupo que trabalha desde janeiro na estrutura do clube.
Do elenco passado, apenas quatro jogadores permaneceram. E foi contratado Geverton Duarte, um técnico que nunca havia trabalhado no Guarany. Pelo terceiro ano consecutivo, o regulamento exigiu jogadores sub-23, com exceção de três atletas por partida. Calejado pelos ensinamentos anteriores, o departamento de futebol foi ao mercado buscar um perfil de profissionais com experiência. Essa foi a receita do sucesso. Cumprir a regra de contratar jovens, mas com bagagem no mundo do futebol, para não sentir a dura competição.
O técnico Geverton desenvolveu um padrão de jogo definitivo. Fazia tempo que não víamos o Guarany jogar o fino da bola, com toques rápidos e envolventes. Chutões estavam proibidos.
Nesta caminhada, tivemos momento inesquecíveis, como quando ganhamos por 8 a 0 do Sapucaiense. Além disso, foram três vitórias em quatro jogos contra o nosso rival Bagé. E garantimos o artilheiro e vice da competição. Juntos, Castilho e Welder marcaram 25 dos 42 gols.
Nas finais, com duas vitórias sobre o Gaúcho, de Passo Fundo, a taça foi garantida. Durante muito tempo vai passar um filme na cabeça de todos nós que participamos deste momento histórico do Guarany. No nosso caso, não estamos fugindo, foi uma conquista e, ao contrário de Steve McQueen, conseguimos sair deste inferno chamado Terceira Divisão.
Mas não há tempo para descansar. Vamos participar da Copinha e enfrentaremos Inter B e Grêmio B, além do rival Bagé e do São Paulo, de Rio Grande. Temos consciência de que a Divisão de Acesso, em março de 2017, chegará muito rápido também. Os adversários serão mais fortes, e reforços serão necessários. Mas a diretoria, após o ano do triunfo, saberá corrigir os poucos erros e manter tudo o que deu certo.
*ZHESPORTES