Autor do gol do título de Portugal na Eurocopa, o atacante Éder entrou para a história e virou orgulho da Guiné-Bissau, seu país natal, afirmam seus familiares.
– Éder entrou na história do futebol europeu pela porta da frente. Ele é o orgulho da nossa família, do nosso país e de toda a África – se emociona Dárcia Faleni Lopes, irmã caçula do jogador, que mora na capital Bissau.
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Dárcia mostra fotos da infância do herói improvável da seleção portuguesa, que nasceu há 28 anos. Muito contestado pelo torcedor português até anotar o gol do título na prorrogação da final contra a França, no último domingo, Éder praticamente não conhece seu país de origem.
Sua avó, Ricardinha De Carvalho Lopes, relata que o neto saiu da Guiné-Bissau quando tinha quatro anos, junto com o pai, que queria tentar a carreira de jogador profissional. Uma parte da família, inclusive o pai e a mãe do atacante, ainda vivem em Lisboa.
– Não vejo ele faz tempo, mas conversamos muito por telefone. Ele ligou para nós na véspera da final e pediu para que orássemos por ele. O Todo Poderoso ouviu nossas orações. Foi ele que deu o caneco à seleção portuguesa – garante dona Ricardinha, de 78 anos, que usa um lenço com as cores de Portugal.
Em Bissau, a vitória portuguesa foi celebrado por centenas de jovens que agitavam bandeiras do país colonizador. Houve até um show improvisado na frente da casa da família.
Revelado pelo Acadêmica de Coimbra, Éder jogou três temporadas pelo Braga, de 2012 a 2015, antes de ser vendido ao Swansea, mas não vingou na Premier League. Foi emprestado ao Lille, da França, onde tampouco convenceu, e sua convocação para a Eurocopa foi muito criticada.
Ele acabou justificando a confiança do técnico Fernando Santos ao marcar o gol mais importante da história de Portugal aos 4 minutos do segundo tempo da prorrogação, depois de entrar a dez minutos do fim do tempo regulamentar.
* AFP