Após o tricampeonato gaúcho no Gigante Bowl, evento que reuniu um público de 12 mil pessoas no Beira-Rio em 18 de junho, o Santa Maria Soldiers ganhou ainda mais notoriedade a nível estadual, nacional e até internacional. E já de olho na disputa da Liga Nacional de futebol americano, a segunda divisão brasileira, que começa em 16 de julho, a equipe santa-mariense anunciou dois importantes reforços.
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De Guadalajara, no México, desembarca uma das novidades. O mexicano Alan Flores, 24 anos, que atuou por sete temporadas no Borregos, equipe vinculada ao Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, chega à cidade da região central do Rio Grande do Sul entre os próximos dias 14 e 15. Alan joga na posição de linebacker (uma das funções defensivas no futebol americano).
– Minha namorada é de Cachoeira do Sul. E ela estuda Relações Internacionais na UFSM. A gente quer abrir um negócio em Santa Maria – explica Alan, que ficará na cidade pelo menos até o final do ano.
O outro nome divulgado pela equipe é um velho conhecido da cidade. Trata-se do quarterback Douglas Rodrigues, 26 anos, um dos fundadores do Soldiers em 2009 e ex-jogador do Istepôs, de Santa Catarina. Já que reside e trabalha como designer na capital catarinense, Douglas pretende viajar periodicamente a Santa Maria.
– Sempre tive um apego gigante ao time que ajudei a criar. No início do mês de junho, afastei-me do time aqui de Florianópolis (Istepôs) e acabei ficando sem jogar. No meio disso tudo ocorreu o Gigante Bowl, encontrei grandes amigos e a direção veio falar comigo sobre a possibilidade da minha volta. Eu e minha namorada criamos planos para voltar para Santa Maria em 2017. Mas a diretoria do Soldiers encontrou uma solução para que eu já jogasse a Liga deste ano. Resolvi topar o desafio e voltar a defender o meu time do coração na minha cidade natal – destacou Douglas.
Como no futebol americano brasileiro a maioria dos atletas não são remunerados, as equipes tratam as negociações a partir de alguns acordos. No caso específico do quarterback Douglas Rodrigues, o Soldiers deve conseguir patrocínio para uma ajuda de custo ao jogador.
No caso de Alan Flores, a vontade de atuar no time de Santa Maria partiu do próprio jogador em função do bom momento do Soldiers e das amizades construídas na cidade, quando esteve no município em 2015. Alan, que já morou seis meses em Curitiba (PR) e fala fluentemente o português, explica como funciona o futebol americano no México.
– A gente tem "scholar ships" (como se fosse uma bolsa de estudos) para os atletas que tem o nível para jogar a Liga Mayor (Liga Principal). Depois, quando não tem mais a idade para jogar a Liga Mayor, o atleta pode entrar em uma dessas equipes "profissionais" e ser remunerado (pagamento gira em torno de R$ 200 por semana). Mas a remuneração começa desde a bolsa de estudo para uma faculdade (no México, as melhores são as privadas, seguindo o modelo norte-americano) – conclui Alan, que é formado em Finanças e Economia em Monterrey.