Havia na Porto Alegre dos anos 1970 uma declarada idolatria pela imagem de Muhammad Ali. A cultura americana do black power e do blackexploitation (cinema com ambientação negra) bombava como um gesto de rebeldia e comportamento de gueto nas grandes cidades brasileiras. Era comum ver na rua gente ajeitando a alta cabeleira com o garfo. Muhammad englobava tudo, de campeoníssimo no auge da nobreza do boxe, ativista contra a lei de segregação do seu país a espirituoso criador de frases que ironizavam o racismo e a Guerra do Vietnã. Era o ídolo a ser copiado.
GZH faz parte do The Trust Project