Antes de mais nada, nós, xavantes, temos que nos acostumar com o "perde-ganha" de uma competição longa de pontos corridos. Isto posto, vamos a dura tarefa de comentar mais uma derrota por 3x0, agora para o Ceará. Fizemos um primeiro tempo equilibrado, reflexo de uma escalação bem posta com dois meias e dois atacantes. O Ceará teve mais posse de bola, o que é normal para quem joga em casa, mas não ameaçava com clareza. O Brasil controlava bem o jogo. Tenho a impressão que, se a partida terminasse 0x0 na primeira etapa, o segundo tempo seria outro.
Mas faltou combinar com o Bill, o centro avante do Ceará. Ao contrário do nosso atacante Nena, que passou a maior parte do jogo recebendo bolas de costa para a zaga, o atacante do Vovô mostrou força e objetividade. E, aos 43 do primeiro tempo, outra qualidade, oportunismo. Felipe bateu forte de fora da área, Martini espalmou e Bill aproveitou a sobra e empurrou a bola para as redes.
No segundo tempo, a partida ficou mais aberta, com o xavante tentando o empate. As modificações não surtiram efeito. Saiu o atacante Nena e entrou o Nathan, infelizmente para mais uma jornada de correria infrutífera. O lateral Marlon saiu para entrada de Xaro e Diogo Oliveira entrou na vaga do bom Clébson. A exemplo do primeiro tempo, o segundo gol do Ceará veio aos 43 minutos. E mais uma vez com o centroavante Bill. Felipe driblou duas vezes o volante Leandro Leite e cruzou da esquerda na medida para o matador do Ceará. Aos 48, Xaro fez pênalti duvidoso em Marino e Bill confirmou o 3x0.
Uma preocupação: a inegável queda xavante desde o jogo contra o Luverdense e na sequencia Criciúma, Tupi e Ceará. E o problema não é apenas Matemática, já que fizemos apenas 4 pontos nesses 4 jogos, sendo que contra o então lanterna Tupi, em casa, o gol salvador de Felipe Garcia saiu nos acréscimos. Temos uma evidente queda técnica. Só os jogos do Bento Freitas não serão suficientes para nos manter na Série B com esse desempenho pífio de apenas 1 ponto em quatro partidas fora de casa. O Brasil precisa de uma cirurgia. Nossos volantes, principalmente Washington, não vem bem. Creio que com Marcão, Leandro Leite não ficará tão sobrecarregado. Clebson é titular ao lado de Diogo Oliveira ou Paraná. Felipe Garcia é atacante, tanto que é o goleador. O companheiro de ataque, porém, ainda não está no Bento Freitas, na minha opinião. Poderá ser Maurides, do Internacional. Com a derrota caímos para oitavo. Uma boa posição. Ainda.