Soldados colocaram armaduras, ombreiras e capacetes. E partiram para uma de suas mais nobres missões. Na tarde desta terça-feira, o Santa Maria Soldiers não entrou em campo para uma partida de futebol americano. Um objetivo maior sensibilizou o grupo: compartilhar alegria com um pequeno fã.
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Por mais de uma hora, a sala da casa da dona Cristiane De Vargas Martinetto foi invadida por uma tropa do bem. Naquele momento, os atletas se renderam a um pequeno batalhador. Foi impossível não se encantar com Lorenzo De Vargas, de seis anos.
Desde o final de 2015, Lorenzo luta contra um câncer no cérebro. Periodicamente, ele e a família, que mudaram-se de Santiago para Santa Maria em dezembro, por conta do tratamento, permanecem semanas no Hospital de Caridade para sessões de quimioterapia. Nada que tire de Lorenzo um lindo sorriso no rosto e uma vontade gigante de perguntar sobre as coisas da vida.
Confira o vídeo da visita surpresa do Santa Maria Soldiers ao pequeno fã:
Ao receber a visita surpresa dos jogadores do Soldiers, o curioso fã não desgrudou os olhos dos atletas e queria conhecer cada detalhe por trás dos capacetes e das armaduras.
– Olha, mãe. São jogadores. São jogadores de verdade – vibrava Lorenzo, como se não acreditasse no que estava vendo.
O encantamento de Lorenzo pelo futebol da bola oval começou por meio de um jogo de videogame. Desde então, sempre que questionado sobre o esporte que mais gosta, ele responde: futebol americano. Entre uma pergunta e outra, uma brincadeira aqui e outra ali, Lorenzo irradiava espontaneidade.
– Quando eu crescer, quero ser que nem tu. Quero derrubar – disse Lorenzo a Ricardo Daronch, um dos jogadores de defesa do Soldiers.
A paixão de Lorenzo pelo esporte mobilizou um grupo de enfermeiros do Hospital de Caridade. Após saber do fascínio do menino pela modalidade, uma equipe da Unidade 800 comprou uma bola de futebol americano para o pequeno.
– Ele nos surpreendeu. Normalmente, as crianças gostam de futebol. Aí, um colega da enfermagem nos contou que ele gostava muito de futebol americano. Nos reunimos e decidimos dar um presente para ele. Ficou bem feliz. Ele é um menino especial – conta Franciele Guterres Pereira, técnica de enfermagem da Unidade 800 do Hospital de Caridade.
E engana-se quem pensa que a visita fez bem apenas para Lorenzo:
– É neste momento que a gente vê que vale a pena. Tudo o que ele já passou, muito gente não aguentaria. É um guri alegre. Como é bom fazer algo por alguém por meio do esporte que tanto gostamos – emocionou-se Daronch.
Antes da despedida, um agradecido Lorenzo perguntou:
– Tios, vocês voltam a me visitar?
Sem titubear, Daronch, Pereira, Confortin, Favarin, Chaves, Almeida e Hartz prometeram retornar, acompanhar a batalha de Lorenzo e carregá-lo, nem que seja em pensamento, em cada jarda percorrida.