Nada foi decidido nos 90 minutos numa final muito equilibrada. Nem na prorrogação, dois tempos de 15 minutos. Foi preciso convocar os pênaltis, acertar na loteria. Milhões de torcedores em mais de 150 países congelaram na frente da TV.
Foi necessário chamar o segundo melhor jogador do mundo depois que Juanfran errou a quinta cobrança pelo lado do Atlético de Madrid. Na hora da decisão, os craques resolvem. Só com o forte, seco e indefensável chute de Cristiano Ronaldo, depois de nove pênaltis, o torcedor do Real Madrid conseguiu gritar o 11º titulo da Copa dos Campeões em 61 edições. CR7 marcou 17 vezes na competição. Não foi o nome do jogo. Foi o do torneio.
Leia mais:
Luiz Zini Pires: final da bilionária Liga dos Campeões leva o mundo da bola a Milão
Luiz Zini Pires: decisão entre Real e Atlético de Madrid testará duas escolas de futebol
Liga dos Campeões: saiba tudo sobre a grande final
Não há time parecido ou igual na Europa. O Madrid é o mais globalizado de todos os clubes. É o mais rico. É o maior e hoje o melhor.
Pela segunda vez uma decisão européia entre Real Madrid e Atlético de Madrid não se encerra no tempo normal. Em 2014, o Madrid venceu por 4 a 1 nos 30 minutos adicionais. Desta vez, em Milão, uma sequência de pênaltis ofereceu a preciosa orelhuda ao campeão da temporada 2015-2016. Ninguém pode reclamar. Nem os roucos fãs do vice-campeão.
Com jogadores mais qualificados tecnicamente, o Madrid saiu na frente, fez 1 a 0. Teve a chance de ampliar, numa delas com Gareth Bale, um dos melhores em campo. Griezmann perdeu um pênalti e não empatou. Acertou o poste. Perdeu a bola do jogo.
Diego Simeone mudou o Atlético depois do intervalo. Precisava atacar, controlar mais a bola, buscar o 1 a 1. Chamou Carrasco. O habilidoso atacante belga abriu um buraco do lado esquerdo da defesa adversária. Achou um gol quase no final. Entrou na área como centroavante e aproveitou um cruzamento do lado direito.
Na prorrogação os jogadores estavam exaustos. A bola rolou com mais lentidão. O Madrid teve mais chances de gol. O Atlético recuou. Esperou o mortal contra-ataque que nunca chegou. Sobrou qualidade ao Madrid na hora do pênalti.
Falta lugar ao Madrid para guardar tantas taças no armário. Só da Liga dos Campeões são 11. Não será surpresa se levantar outra em 2017. Nem se encontrar outra vez o valente destemido "Atleti", de Simeone, um clube que busca espaço entre os grandes do continente.
*ZHESPORTES