O homem que vislumbrou o modelo inicial do UFC estará em Porto Alegre no fim de abril. Dia 30, Rorion Gracie fará no Centro de Convenções do BarraShopping Sul o seminário Jiu-Jitsu Experience, com aulas teóricas e práticas do esporte.
Em entrevista por telefone a Zero Hora, Rorion falou sobre o evento na Capital, sobre o desenvolvimento do MMA desde a criação do UFC e a separação entre o jiu-jitsu original, que tem como preceito a defesa pessoal, e o jiu-jitsu competitivo que se popularizou nos últimos anos.
Leia mais:
Caju Freitas: a grande injustiça do ranking do UFC
UFC confirma evento em Nova York no dia 12 de novembro
Luta a luta, conheça os destaques do UFC 198, em Curitiba
Você imaginava um crescimento tão grande do UFC?
Tive a ideia de inventar o UFC e desde o começo sabia que seria revolucionário, porque apresentaria uma briga de verdade, algo que o pessoal não está acostumado. Com a criação do UFC, minha intenção era para que o povo visse o que funciona e o que não funciona em uma briga de verdade, não como nos filmes. O pessoal teve essa pergunta respondida. O sucesso pra mim não surpreende.
Como você analisa a mudança do Vale-Tudo para o MMA nos moldes atuais?
Isso é uma evolução natural. Quando o pessoal começou a ver que o jiu-jitsu brasileiro era mais eficiente, vieram com esse papo de MMA, que é um pouco de tudo. A ideia inicial era comparar os estilos de luta, qual era o mais eficiente. Era comparação de estilos. Hoje não é mais isso, todo mundo aprendeu um pouco de tudo. Todo atleta profissional, inteligentemente, aprendeu um pouco de tudo. Considero isso algo bom.
Quais as diferenças do jiu-jitsu idealizado pela família Gracie e o que tem sido demonstrado em competições?
Quando você faz uma competição e uma cara consegue uma vantagem, essa vantagem pequena às vezes é o suficiente para ficar agarrado no adversário até acabar o tempo, mas isso não funciona em uma briga de verdade, porque numa briga de rua não seria prático, nem útil. Numa briga de rua, você não está preocupado com isso, tem que saber finalizar o adversário. O jiu-jitsu esportivo tem a tendência, a ideia de amarrar luta, esperar acabar o tempo. Numa briga de rua, você está mais preocupado em não levar um soco na cara. No campeonato, você pode ser facilmente exposto, mas não está preocupado com isso.
*ZHESPORTES