A resposta ao dito popular vale muito neste caso. O "santo de casa não faz milagre" tem sido espalmado para longe do Jaconi nos últimos dois anos pelo trabalho e talento de um conjunto que tem no Juventude a sua escola desde cedo. No time finalista do Gauchão, goleiro veste verde e branco muito antes de chegar ao time principal.
E tudo começa pelo professor. O preparador de goleiros é Márcio Angonese, cria do clube que ascendeu ao time profissional no início da década de 90, foi titular durante um longo período e agora passa os ensinamentos aos mais jovens. Na escola de Angonese, os quatro alunos também querem seguir o mesmo caminho. Desta vez, quem se destaca é Elias, 20 anos, grande destaque da semifinal do Estadual.
- É muito bom. Tive a oportunidade de jogar finais de Gauchão pelo Juventude e agora estar fazendo parte da comissão técnica e, principalmente com goleiros oriundos das categorias de base, demonstra que o trabalho está sendo bem feito. Os goleiros têm o mérito por estar assimilando e se dedicando. E não falo só do Elias. Tem o Douglas, que está numa sequência muito boa, o Raul e o Prezzi que chegaram neste ano ao profissional - afirma Angonese.
Douglas Silva é o mais experiente, com 21. Prezzi também tem 20 e Raul completará 19 em julho. Isso sem esquecer de Airton, destaque do Gauchão do ano passado, que foi negociado com o Red Bull, da Áustria.
- O trabalho começa lá embaixo e quando chega em cima eles precisam estar preparados mentalmente e tecnicamente. Até agora, os que a gente lançou conseguiram isso. Começamos com o Airton e agora o Elias. E o mais importante é que tem gente na fila. Não para por aí. Primeiro é economia. Formar goleiro é muito barato do que trazer algum mais experiente. E outro que é a renda: se coloca um goleiro novo e eles mostrando o potencial vai aparecer clubes interessados. Foi assim com o Airton e daqui a pouco deve aparecer alguém atrás do Elias - destaca o preparador de goleiros.
Sem medo das oscilações Desde o início dos anos 2000, quando Diego surgiu como grande destaque da camisa 1 do Juventude, o clube não conseguia retomar a fama de clube formador de goleiros. O primeiro a ter algum destaque foi Follmann, que acabou negociado com o Grêmio pouco depois de ser titular na Série D de 2012.
Para Angonese, que passou por todo a base alviverde e foi titular do time principal na Série A de 1995 a 1997, a oportunidade à novos talentos é algo a ser comemorado.
- Eu me criei aqui dentro, entrei no clube aos 12 anos e passei por todas categorias de base até conseguir ter um período legal no profissional. E eles também tem essa característica. O bom é que eles aproveitaram o momento, da dificuldade financeira do clube. Tivemos que lançar muita gente, não só goleiros, e todos estão aproveitando para mostrar potencial - comemora Angonese.
Grande momento
Formado no Juventude, preparador Márcio Angonese comemora atuações de Elias e destaca qualidade dos goleiros
Além de treinar o camisa 1 titular, ele passa seu conhecimento para Douglas, Raul e Prezzi
Maurício Reolon
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