Delfim Pádua Peixoto Filho corre o risco de ser suspenso por até 540 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e ficar fora da vice-presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do comando da Federação Catarinense de Futebol (FCF).
O cartola catarinense, único vice da CBF opositor ao presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, foi denunciado pela procuradoria do STJD no artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – que é ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto. A pena prevista é uma multa de até R$ 100 mil e afastamento dos cargos por 90 dias.
A procuradoria também pediu o agravamento da pena, através do artigo 184 – quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica duas ou mais infrações, aplicam-se cumulativamente as penas. Por isso, foi anexado ao processo seis entrevistas de Delfim quando Antonio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, assumiu a presidência da CBF na ausência de Marco Polo Del Nero. À época, Delfim disse que a atitude era um "golpe atrás de golpe".
Depois da prisão do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, pelo FBI por envolvimentos no escândalo da Fifa, Delfim se posicionou como opção a Del Nero. Depois disso, o presidente da CBF articulou para o Coronel Nunes ser eleito vice no lugar deixado por Marin. Mais velho que Delfim, o Coronel Nunes se tornou o primeira na linha sucessão da entidade, já que o estatuto da CBF determina que o vice mais velho assumirá no caso de renúncia de Del Nero.
– Estão tentando me afastar da vice-presidência, mas vamos ver como será no tribunal. Não quero comentar mais nada no momento para não prejudicar a defesa – disse, por telefone, Delfim.
A defesa do cartola catarinense será feita pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina (TJD-SC), Alexandre Monguilhott, recém-saído do cargo.
O Diário Catarinense apurou que o clima no STJD, por conta do julgamento de Delfim, está tenso e ainda não é possível fazer prognóstico quanto ao veredicto. O certo é que esse não será o capítulo final da disputa pelo poder da CBF.