O River Plate estreia nesta quarta-feira no Mundial de Clubes contra o Sanfrecce Hiroshima. Para Lucho Silveira, especialista em futebol argentino, o momento do River não é o mesmo da reta da final da Libertadores. Mesmo assim, a equipe aposta no peso de sua camisa para chegar ao topo do futebol.
Quais problemas o River pode ter contra o Sanfrecce Hiroshima?
O River, depois da conquista da Libertadores, não foi mais o mesmo. Teve problemas, oscilou, algumas peças já não rendem mais como antigamente. Perdeu-se a solidez defensiva com o Funes Mori. É um time que está buscando retornar ao bom futebol que levou à conquista da Libertadores. Uma dúvida na equipe que pode trazer algum tipo de problema por exemplo. O Gallardo testou o Lucho González e o Pisculichi, o escolhido inclusive, como enganche. Isso quer dizer que ele tem dúvida, e se tem dúvida pode ter problema. Podem passar por aí os problemas do River contra o Sanfrecce Hiroshima. Muito mais por questões internas, aqueles problemas que o River tem e traz durante todo o segundo semestre. Além, logicamente, do fator surpresa. Eles se precaveem a todo momento. Dizem que sabem que a semifinal vai ser difícil, que o time japonês é bom, mas a gente já viu Inter e Atlético-MG caírem na semifinal por não imaginarem que o adversário pode ser efetivamente um problema.
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Se passar, tem alguma chance contra o Barcelona?
Chances tem, no futebol não tem nada impossível. Não é provável, o Barcelona está vivendo um belíssimo momento. O River não vive os seus melhores dias. Mas é uma partida só, daqui a pouco você pode fazer nela a sua partida de exceção, estar em um dia mágico, um Sánchez na bola parada, um Alario oportunista, uma qualidade do Rodrigo Mora, um cabeceio de um zagueiro em um escanteio, se fecha e ganha o jogo. Por que não? Mas se a gente colocar time por time, momento por momento, logicamente que o Barcelona atropelaria. Mas sempre tem a partida de exceção e é nisto que dá para apostar no River. Bola por bola, fica muito atrás.
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No que o River aposta para ser campeão mundial?
O River aposta na mística. Na sua força, na sua camisa. Um pouco também no trabalho do Gallardo, que é muito bom. É um grupo que se mantém há duas, três temporadas, mas especialmente na força dos argentinos, naquilo que eles sabem fazer muito bem, que é jogar partidas decisivas, copas. O River tem uma camisa muito forte, muito pesada. Vai ter um apoio do torcedor muito grande, acabamos de ver um bandeiraço que houve lá no Japão para a partida semifinal. Certamente isso será ainda maior em caso de uma final. Não está fora do páreo, não é isso. Vai jogar todas as fichas, vai jogar "a morir" como eles dizem. Vai jogar a partida da vida, se for o caso, contra o Barcelona na final. É nisso que aposta. Tem qualidade técnica, tem bom trabalho, mas o extracampo, o emocional, a força interna vão pesar bastante.
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