Sou um amante do futebol. Brasileiro, pentacampeão, futebol arte, caneta, chapéu, entre outras firulas e taças? Ah, aquele jogo individual, em que craques decidem jogos e o protagonista decide campeonatos.
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Pois então, não é esse futebol que me encanta. O gauchismo talvez explique algumas preferências. Aquele chucrismo, sabem? Sou daqueles que vai para a frente da televisão e torce para o mais fraco: "É pra dar graça".
Quando isso acontece, é o ápice do esporte, do trabalho, da superação. E, por isso, o futebol é apaixonante! Porque vez por outra o fraco dá graça ao jogo. Não vou citar zebras mundiais, senão alguém da aldeia dirá que sou azul.
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Espera um pouco, mas eu sou azul. Azul celeste. Soy celeste! Sim, sou fã do futebol do Uruguai. Que seleção!
Do tamanho do Rio Grande, têm a alma do gaúcho, estão sempre contra tudo e todos. Mas não é só isso, contam com um grande treinador, que sabe explorar o que seu time tem de melhor.
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Óscar Tabárez conhece o seu rebanho. Esquece o toque de bola, os zagueiros que saem jogando com classe, os alas que fecham para o meio e ainda vão ao fundo, o meia clássico. No Uruguai, basta ser detentor de três qualidades: lançamento longo, bom cabeceio e raça.
Alguns têm mais do que isso, casos de Suárez, Cavani, Lodeiro e Sánchez. Mas quando vestem a temida celeste, incorporam o que o time tem de mais sublime. O Uruguai tem uma jogada, e ela funciona.
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Na última terça-feira, receberam em casa o grande Chile, campeão da última Copa América. Torcedores chilenos levando camisas com "dedo de Jara", clima de revanche pela eliminação no torneio continental, uruguaios desacreditados, chi-chi-chi-le-le-le, e tudo mais.
Aí o Chile começa pressionando, toque de bola, passes envolventes, muito superiores... resultado? Os uruguaios desfilam sua "classe" e tocam 3 a 0 no time de Sampaoli, com três gols de bola aérea.
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Isso mesmo! Chuveirinho, na melhor essência da expressão. Goleada forjada a balão pra área, não há nada mais belo! Sabem quem é o artilheiro da Celeste? Um zagueiro! Mas não é qualquer zagueiro, o capitão Godín. Nem precisava ganhar, bastava entrar em campo e jogar do mesmo jeito.
Enquanto acontecer assim, vou estar de novo à frente da televisão, torcendo pelo Uruguai.
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