A Chapecoense venceu, fez bonito, mas não levou. A vitória por 2 a 1 diante do River Plate na noite desta quarta-feira, na Arena Condá, não reverteu a derrota por 3 a 1 no jogo de ida, em Buenos Aires. Mas quem foi ao estádio não se arrependeu pois viu um dos melhores espetáculos de todos os tempos em Chapecó.
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Foi uma noite épica. Era o jogo mais aguardado do ano. Pela primeira vez a Chapecoense enfrentava o River Plate, campeão da América, na Arena Condá. Diante de um adversário acostumado a empilhar títulos, o time catarinense não se amedrontou e jogou de igual para igual. A esperança era fazer a melhor campanha catarinense numa Sul-Americana, chegando numa semifinal.
A torcida recepcionou o time já na chegada ao estádio para demonstrar que também acreditava na classificação. Nas arquibancadas, os torcedores assumiram uma postura de alma castelhana, jogaram junto com o time e sufocaram a torcida visitante, conhecida por sua vibração.
Até a Lua parecia ter se levantado para assistir ao jogaço.
No início o River Plate assustou. Pisculichi, que havia feito um gol de falta nos 3 a 1 do Monumental de Núñez, teve nova oportunidade de bola parada. A cobrança foi com perigo, mas para fora.
Depois o mesmo Pisculichi tentou de dentro da área, mas errou o alvo. Só que para enfrentar os poderes do time campeão da América o técnico Guto Ferreira tinha uma surpresa.
Principal personagem da vitória sobre o River é a torcida da Chapecoense
Veja como foi o minuto a minuto de Chapecoense x River
Bruno Rangel iniciou a partida no lugar de Túlio de Melo. Era o centésimo jogo dele com a camisa do Verdão. E ele mostrou que merece nota 10 e faz jus ao apelido de Power Rangel.
Aos 20 minutos Dener foi ao fundo e cruzou para a área. O Power Rangel usou seus poderes e, de cabeça, fez um a zero para a Chapecoense.
O estádio ferveu. Faltava apenas um gol para a classificação.
Mas o River Plate também tinha seu herói. Sanchez, uma espécie de Capitão América, qua já havia feito dois gols em Buenos Aires, empatou a partida aos 45 minutos do primeiro tempo.
Com isso o time catarinense teria que fazer 3 a 1 para levar aos pênaltis.
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No intervalo o presidente do time da casa, Sandro Pallaoro, reclamou falta não dada em arrancada de Ananias.
- É uma vergonha, era lance para expulsão - reclamou.
Mas a Chapecoense mostrou que tem sangue dos guerreiros indígenas.
E um herói em dose dupla. Aos nove minutos Bruno Rangel aproveitou a escorada de cabeça de Thiego e mandou para as redes.
Foi o gol 57 do atacante, que precisa mais cinco para se tornar o maior goleador da história do clube.
Na arquibancada a torcida gritava: "Eu acredito".
A cada bola alçada para a área a torcida queria empurrar a bola para dentro do gol. Mas ela insistia em não entrar.
Tiago Luís chegou a cabecear na trave, aos 44 minutos, para desespero do torcedor. Mesmo com a eliminação, a torcida saiu com orgulho de ser Chapecoense.
FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE 2
Danilo, Caramelo (Tiago Luís), William Thiego, Neto e Dener; Gil, Cléber Santana e Nenén (Camilo); Ananias, Maranhão (Túlio de Melo) e Bruno Rangel. Técnico: Guto Ferreira
RIVER PLATE 1
Barovero, Gabriel Mercado, Maidana, Balanta (Mamma) e Casco; Kranevitter, Sanchéz e Ponzio; Pisculichi (Lucho González), Driussi e Rodrigo Mora. Técnico: Marcelo Gallardo.
Gols: Bruno Rangel (C), aos 20 minutos do primeiro tempo e aos nove do segundo. Sanchéz(RP), aos 45 do primeiro tempo.
Arbitragem: Julio Bascuñan, Raul Orellana e Claudio Rios (trio do Chile)
Cartões amarelos: Caramelo (C); Ponzio e Balanta (RP)
Local: Arena Condá, em Chapecó
Público: 12.144
Renda: R$ 284.750
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