Cláudio Winck não pode mais utilizar celular durante as refeições e respeita com rigor os horários dos treinos. O cenário é exatamente o mesmo que vive o Inter de Argel. Mas o lateral-direito trocou o Beira-Rio pelo Stadio Marc'Antonio Bentegodi. Winck, desde julho, veste as cores do Hellas Verona, da Itália.
- Sempre gostei muito do Inter, mas este ano não foi bom pra mim - admite Winck, que teve uma sequência de lesões e perdeu espaço no time de Diego Aguirre com a ascensão de William na posição.
Ainda em 2014, soube que outro clube italiano tinha interesse no seu empréstimo. Preferiu esperar. Apostou no Hellas Verona como forma de crescer e amadurecer às custas do futebol. Nas terras de Julieta, pano de fundo da história de amor escrita por Shakespeare, está amparado por outros dois brasileiros, Romulo Souza Orestes Caldeira, de Pelotas, e Francelino Da Silva Matuzalem, de Natal (RN), que o ajudam a driblar a dificuldade na comunicação. Nada de outro mundo para Winck, que estudava italiano em Porto Alegre. Antes mesmo da negociação, o lateral intercalava os treinos no CT Parque Gigante com as aulas. Sabia que seria importante em um futuro próximo.
Winck, no dia da apresentação no Verona
Foto: reprodução/Instagram
Da nova cidade, já conheceu os principais pontos turísticos. Caminhou pela Piazza Bra e conheceu a famosa casa da namorada de Romeu. Ainda não teve a oportunidade de visitar a Arena Verona, uma espécie de Coliseu romano em miniatura, onde acontecem concertos e shows.
No gramado, pouco pôde mostrar nestes três meses. Chegou em meio à pré-temporada na Áustria. Vê do banco de reservas a campanha ruim do seu time, que figura na zona de rebaixamento - está na 19ª posição, na oitava rodada do Campeonato Italiano. A dificuldade é justamente por saber que está em um clube intermediário e que terá pela frente gigantes italianos, como Milan, Juventus e Fiorentina. Segue na expectativa da estreia. Isso porque é reserva de Pizzano, lateral-direito do Verona há quatro anos.
Apesar do pouco tempo sob o comando do técnico Andrea Mandorlini, Winck já identificou as diferenças com o futebol brasileiro. A começar pela tabela dos jogos: as partidas ocorrem uma vez por semana, o que não acontece no Brasil, onde algumas equipes precisam jogar 60 horas depois de deixar o gramado, como acontecia com Grêmio e Inter antes da eliminação da Dupla na Copa do Brasil.
Lateral conhece pontos turísticos de Verona
Foto: Arquivo Pessoal
- O futebol no Brasil é mais solto, é muito a parte física. Aqui, cada um precisa cumprir sua função. Somos muito cobrados por isso - disse o lateral desde Verona.
Winck evita projeções sobre o futuro, se voltará ao Beira-Rio ou se apostará na carreira longe da família. Com contrato até 2018 com o Beira-Rio, o lateral prefere "viver o momento":
- Não estou projetando nada. No futebol, tudo acontece muito rápido. Tenho de pensar em dar o meu melhor. Se não me comprarem (o Verona), volto para o Inter, que é um time muito grande - finalizou.
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