A Seleção Brasileira vive de um craque, só respira com ele. Quando Neymar veste a camisa 10, tudo muda, como nesta terça-feira, em Boston, na América do Norte. Sem o craque, o Brasil atuava em marcha lenta. Com ele, a goleada nasceu em menos de 25 minutos. Saiu do 1 a 0 modorrento do primeiro tempo. Subiu, cresceu, se encerrou em 4 a 1.
A vitória sobre os Estados Unidos teve a assinatura de Neymar, autor de dois gols, depois de 47 minutos em campo.
Pena que o jogador do Barcelona não pode jogar as primeiras três partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia de 2014. Está suspenso. Dunga precisa encontrar outras soluções para enfrentar o competitivo Chile no mês que vem. Não há ninguém igual ou parecido. Dunga vai suar.
Com Neymar em campo, a camisa amarelo número 10 é grife, símbolo, a Seleção é intensa, veloz, busca o gol. Ele é o craque, o motor, o jogador que dita o ritmo, sempre em busca da goleira adversária, faminto pelo gol. Na sua ausência, a lista de substitutos é enorme, mas nenhum passa de coadjuvante.
Foi fácil golear os Estados Unidos, um time carente de bons jogadores, ainda desestruturado depois das mudanças pós-Mundial 2014. Hulk abriu o placar antes dos 10 minutos. O gol acalmou a Seleção, que passou a tocar a bola, mas lentamente, sem medo do adversário, do contra-ataque.
Quando o Brasil atacava, buscava a ligação direta defesa e ataque. Só Marcelo e Willian tentava algo pelos lados dos campo. Faltava ousadia, chutes ao gol, um melhor desempenho de Hulk. Depois, com Neymar, o nome da partida, a equipe se transformou. Lucas ajudou.
Sem o seu princiupal condutor, Dunga poderia testar um meio-campo assim em Santiago do Chile: Elias, Lucas Lima e Rafinha, com Douglas Costa, Willians e Hulk, já que marcou dois gols em dois jogos, ou Lucas na frente. Mas o treinador vai postar dois volantes, ele é da velha escola, do futebol dos anos 1990.
Dunga teve um ano para erguer um time competitivo e fazer uma boa Copa América. Não consegui. Ganhou dois amistosos em nome das Eliminatórias. O Brasil precisa evoluir sem Neymar. Os dois últimos amistosos mostraram que sem Neymar, sem o craque, a Seleção é menos ainda do que todos os brasileiros imaginam. É um perigo.
Os jogadores ganham as partidas, mas um bom esquema tático ajuda muito.
*ZHESPORTES