Os 27 sindicatos de arbitragem do Brasil vão se reunir nesta quinta-feira em seus respectivos estados para discutir uma possível greve da categoria que pode paralisar todas as séries do Campeonato Brasileiro. Isso é por causa da insatisfação dos juízes com o veto da presidente Dilma Rousseff a um artigo da MP do Profut que dava a eles o direito de arena, que receberiam o rebasse de 0,5% dos valores de transmissão de TV. O presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), Marco Antônio Martins, disse que os árbitros vão decidir qual medidas vão tomar contra a situação.
- Na quinta, teremos uma assembleia geral em todos os estados para definir que tipo de reivindicação faremos à CBF. Apresentamos nossa pauta na CBF numa reunião na segunda-feira, pedindo apoio à MP (à inclusão do item vetado). Pedimos que a CBF interfira junto aos clubes para que a gente possa receber nossos direitos - explicou Marco ao GloboEsporte.com, dizendo que a decisão deve sair ainda nesta quinta.
Segundo Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, não é a intenção dos árbitros entrar em greve neste momento. Eles diz que a categoria deve buscar outras alternativas e que uma possível paralisação deve ser a última.
- Com relação às assembleias, eu posso dizer que os árbitros são por natureza cumpridores de regra, não costumam sair por aí burlando as normas. Vivemos num país democrático, onde os árbitros puderam exercer o seu direito de expor as suas opiniões sobre o direito de arena, mas isso não pode ser um ato político. Antes de pensar em fazer qualquer greve, eles devem esgotar todas as tentativas de diálogo e deixar as coisas serem resolvidas com calma. Se eles conseguiram convencer tanta gente sobre a importância dessa reivindicação é direito deles continuar pleiteando para tentar derrubar o veto, mas sem atitudes radicais. A questão do veto presidencial não tem a ver com a CBF. A própria entidade e os clubes tiveram pontos do seu interesse que também foram vetados na versão final da MP do Futebol - disse Sérgio Corrêa ao portal.
De acordo com o presidente da Anaf, a categoria deixou de receber R$ 9 milhões, que seriam distribuídos à classe por campeonato, com o veto do repasse de 0,5% dos direitos de transmissão da TV.