Francisco Novelletto comanda a Federação Gaúcha de Futebol desde 2004. Está no quarto mandato consecutivo e, em todos, foi eleito por aclamação. A gestão é marcada por questões polêmicas, como a nova sede, inaugurada em maio, ao custo de R$ 18 milhões. Foi na ampla sala presidencial do prédio localizado na Avenida Ipiranga que Novelletto atendeu a reportagem durante uma hora. Na pauta, assuntos delicados como salários de dirigentes dentro da federação, naming rights, congressos técnicos no exterior, os 30 anos com a mesma corrente política na entidade e a relação do futebol com a sua empresa.
Também nesta entrevista, Novelletto anunciou quem pretende lançar para o seu lugar a partir de 2019. Confira:
O senhor está há mais de dez anos no poder. Qual a sua opinião sobre a perpetuação de dirigentes no comando das federações?
Novelletto: Dentro da minha modéstia, estou fazendo um bom serviço. Acho que, se o cara for bom, ele pode ficar. Se for ruim, aí tem que fazer avaliação. Mas não dá para nós ficarmos aqui elegendo quem é bom e quem é ruim. Que se crie, então, uma norma. É um projeto meu: no máximo dois mandatos. Vamos acompanhar a política em geral. Isso tem que valer para clube, federação, prefeito, presidente: um mandato e mais uma reeleição. Foi isso que ficou aprovado na assembleia da CBF. Só que isso está valendo apenas para a CBF. Para as federações, foi feita apenas uma sugestão. Agora, eu duvido que alguém tenha coragem de ficar mais do que dois mandatos.
Entre Rubens Hoffmeister, Emídio Perondi e o senhor, são 30 anos com a mesma corrente política comandando a FGF. E, além disso, não há eleições. O senhor é sempre aclamado. Isto não é antidemocrático?
Novelletto: Talvez, pelo nosso trabalho ter sido bom, não tenha aparecido outros candidatos. Não é proibido lançar uma candidatura. A FGF tem quase 100 entidades filiadas aptas ao voto. Se a gestão tivesse sido ruim, certamente viria uma oposição. Quando saiu o Perondi, puseram o meu nome e apareceram mais dois. Mas os outros dois saíram. Então, fiquei por aclamação. A maioria dos estados tem oposição. Porque devem desempenhar mal o seu trabalho. Não é proibido ter oposição. É só conseguir 20% (de apoio das entidades filiadas) e registrar uma chapa. Talvez isso não ocorra porque o nosso trabalho está sendo bom.
Se um clube lançasse uma chapa ou desse apoio a uma chapa de oposição, como seria a sua relação com esse clube? Ele não sofreria retaliações?
Novelletto: Em hipótese alguma. Isso não está em mim. O próprio Grêmio não assinou o apoio na nossa chapa na última eleição. Vamos perseguir o Grêmio por isso? Em hipótese alguma. É um direito de cada um. Temos que ser democráticos, até por que perseguição em minha vida é algo que não existe.
E por que fazer uma nova sede da Federação Gaúcha de Futebol?
Novelletto: Agora temos uma sede à altura do futebol gaúcho, de tantos títulos. Embora ainda existam críticas. Mas só a gente sabe o sacrifício que foi deixar esse legado. Isso aqui não é a casa do Novelletto. É a casa do futebol gaúcho. Todo clube tem que se orgulhar de vir a Porto Alegre e ter uma sede decente e atrativa. Coisa grande puxa coisa grande. Hoje dá pra trazer qualquer diretor de grande empresa e fechar negócios aqui. Na sede do Centro eu tinha vergonha de receber um representante de uma multinacional. Aqui, a tendência é só prospectar novos e bons negócios.
Mas há a necessidade de uma sede tão luxuosa, presidente?
Novelletto: Na minha vida, tem duas coisas que eu não sei fazer: uma é brigar e outra é pensar pequeno. Não adianta insistir e pensar que não vai conseguir. Eu penso grande. Aqui (na nova sede) não tem dinheiro de clube e nem dinheiro público. Aqui tem parcerias. Por causa da minha empresa, sou conhecido e abro qualquer porta. Assim, cheguei ao nosso grande parceiro Capemisa/Aplub. Temos aqui no Rio Grande do Sul dois estádios que estão entre os melhores do mundo e que até hoje não conseguiram vender os naming rights. E não é so aqui. Tem poucos no Brasil. Eu com um prédio consegui. Claro, tem serviço que eu dei em troca. Nós fizemos uma permuta com o terreno e construí o memorial Luiz Carlos Prestes também. Então, com a ajuda do parceiro, construímos dois prédios. Como disse, eu não sei pensar pequeno. Não via a hora de deixar esse legado e ter uma sede a altura de tantas conquistas que tem o futebol gaúcho. Hoje é um sonho realizado. Os clubes estão bastante orgulhosos de ter uma sede tão imponente. Coisa grande puxa coisa grande. Duas vezes por semana eu trago um grande empresario para conhecer a sede e almoçar com o presidente. Relacionamento traz negócios. O futebol é merecedor disso e a sede é mais uma fonte de negócios.
Qual contrapartida a Capemisa/Aplub recebeu para construir esta sede luxuosa?
Novelletto: O negócio tem que sempre ser bom para os dois lados, não só para o Novelletto e para a FGF, mas também para a empresa. Houve contrapartidas, obviamente. A gente disponibilizou um prédio para eles colocarem publicidade onde for possível, de acordo com as leis municipais. E eles têm todos os seguros de todos os campeonatos. Antes, quem fazia era uma empresa do Rio de Janeiro, onde alguém devia ganhar comissão, e fazia jus a isso, pois foi um corretor que vendeu. O contrato venceu e aí nós colocamos a Capemisa. E tem mais placas no gramado em todos os campeonatos. Sai o nome Capemisa em todos os formulários da federação. São emitidos mais de 2 milhões de ingressos por ano em todas as competições com o nome da Capemisa. E além disso a empresa tem direito a ser seguradora dos jogos. E o seguro é lei. Se não fosse a Capemisa teria que ser alguma outra.
Como o público pode usufruir deste seguro. Se um torcedor se acidentar na arquibancada pode ter a despesa paga pela seguradora?
Novelletto: Evidente que se ocorrer algum acidente, o torcedor está assegurado pela Capemisa. O canhoto do ingresso dá direito à restituição do que ele tem direito. Em todo ingresso tem o número da apólice. Aí é só buscar a seguradora ou o próprio clube que o clube encaminha a ela através da federação. Mas vamos torcer que eles aproveitem esse dinheiro 100% e não precisem devolver nada.
Independente de ser com recursos de uma parceria, foi um investimento muito alto em uma sede luxuosa. Por que não usar este valor para construir um centro de treinamento no interior ou alguma atividade que ajudasse no desenvolvimento do futebol nas demais regiões do Estado?
Novelletto: Primeiro por que o parceiro não tem interesse em investir em centros de treinamento e não tem interesse em investir nos clubes. Ele investiu pela contrapartida oferecida pela FGF. Vai ficar o nome dele aqui gravado na entidade por 15 anos, com possibilidade de renovação. A opção do parceiro foi investir nisso. Foi mostrado um projeto e ele comprou a idéia, pois gostou do projeto e das contrapartidas. E além disso, a FGF é uma sociedade. Tem que ajudar os clubes em partes iguais. São 150 filiados. Teria que dividir pelo mesmo peso. Não posso dar R$ 1 milhão para um clube subir para a Série B. Todos tem direito. É uma sociedade.
O senhor recebe salário como presidente da Federação Gaúcha de Futebol?
Novelletto: Não. Eu tenho esse direito, mas não recebo. Eu fiquei vermelho quando foi aprovado na CBF que o presidente de federação tem direito a receber salário. O que não ficou legal é ele determinar o salário. Fiquei encabulado. Mas eu posso. Se eu quiser colocar para mim um salário de R$ 10 mil, R$ 20 mil ou R$ 30 mil, eu posso botar. Mas o salário que eu mereço a federação não pode pagar.
Quanto o senhor merece receber?
Novelletto: Eu me dedico seis horas por dia à minha empresa, que vai faturar R$ 500 milhões este ano. Para trabalhar seis horas, eu teria que ganhar no mínimo R$ 200 mil. A Federação pode me pagar isso? Não. Então (o salário) é zero. Se não pode pagar R$ 200 mil, R$ 10 mil eu também não vou querer.
Os seus vice-presidentes recebem salário? O Luciano Hocsman, por exemplo, que está acumulando a diretoria jurídica.
Novelletto: Nós tínhamos um diretor jurídico que ganhava 6 mil (Luiz Fernando Costa, falecido em janeiro). Como eu sou “tupiniquim”, não manjo das questões jurídicas. E aqui na Federação tem bronca todo dia. Eu preciso de alguém para tratar de leis e da questão jurídica. Infelizmente, teve a morte do Luiz Fernando. E não tem outra pessoa de mais confiança que o Luciano Hocsman. Ele é o vice-presidente e (para acumular a função de diretor jurídico) tem uma ajuda de custo medíocre. A empresa dele dá uma nota de R$ 4 mil reais para ele trabalhar. Qual advogado ficaria o dia todo aqui na federação prestando trabalho por R$ 4 mil? Por ser um bom menino e o futuro presidente disso aqui, ele está prestando o serviço dele pelo valor da alimentação e mais alguma coisa.
O futebol catarinense tem quatro clubes na Série A e um na Série B. O futebol gaúcho tem só a dupla Gre-Nal na Série A e nenhum clube na Série. Por que isso ocorre? Não é falha na gestão da FGF?
Novelletto: Em Santa Carina, eles jogam campeonato para não cair. E lá não tem a concorrência da dupla Gre-Nal. Lá, é algo atípico. Em cidades como Chapecó e Joinville, não se fala em Avaí. Aqui, em qualquer cidade do estado, só se fala em dupla Gre-Nal. Mas o principal motivo é a concorrência com a dupla Gre-Nal. As conquistas são motivos de orgulho para o estado, mas para os times do interior são um mal. No interior, a mídia dá 1min de futebol local. O resto é só dupla Gre-Nal. Em Chapecó e Joinville, só falam do Chapecó e do Joinville. Não dão notícias do Avaí. Aqui é só dupla Gre-Nal. Aqui até neste sentido a mídia ajuda a atrapalhar.
Os clubes do interior não conseguem ter destaque em nível nacional por culpa da dupla Gre-Nal e da mídia?
Novelletto: A economia também interfere. Leio por vocês da mídia que o nosso estado é falido e tem de prejuízo R$ 15 milhões por dia, R$ 450 mi por mês e R$ 5 bilhões por ano. Do outro lado, eles (SC) estão nadando no dinheiro. Aqui no Rio Grande do Sul, o Tribunal de Contas não permite que as prefeituras ajudem os clubes com um centavao. Lá em Santa Catarina, as prefeituras bancam os seus clubes.
Com todo esse cenário, não é possível um clube do interior obter êxito na arrecadação e nos resultados?
Novelletto: O Lajeadense nos últimos dois anos ganhou tudo, foi vice-campeão gaúcho, jogou Copa do Brasil e Série D, foi quinto lugar ano passado e ganhou as Copinhas. Está ganhando tudo. Eles chegaram com um projeto interessante, com investimentos na mídia para angariar 3 mil sócios pelo preço de 50 reais por mês. Após três meses de muita mídia e trabalho, o Lajeadense conseguiu apenas 250 sócios. Aí fomos fazer uma pesquisa de quantos sócios a dupla Gre-Nal tem na região. Tem 6 mil sócios.
O Grêmio não assinou o apoio à sua chapa de reeleição na Federação. De que forma isso impactou a sua relação com o clube?
Novelletto: Eu insisti com o Grêmio, pois estava me sentindo injustiçado. Tentei falar varias vezes com o Romildo, pois eu soube pela mídia que ele não apoiava a minha candidatura. Não que eu precisasse, pois eu já tinha os apoios suficientes. Mas era uma questão de justiça. Só eu sei o que eu já fiz pelo Grêmio. Em todos os sentidos. Eles tem um conselheiro aqui dentro. Eu tentei, mas o presidente Romildo pediu desculpas, disse que ainda estava digerindo o Campeonato Gaúcho e que depois iria me procurar. Não sei o que era, não vi nada de anormal no campeonato.
O senhor pretende se reaproximar do presidente Romildo Bolzan Júnior?
Novelletto: Eu acho o Romildo um grande gestor. Ele me conquistou com o projeto dele. Mas, dentro de clube, você ouve muitas pessoas e daqui pouco se ouve a pessoa errada. Mas já recebi o recado que ele quer se reaproximar e quer falar comigo. As portas estão sempre abertas.
Qual a sua opinião sobre os repasses de R$ 31 milhões que a CBF dá para as federações?
Novelletto: Eu acho até que algumas federações têm que ser subsidiadas, pois muitas não sobrevivem com futebol próprio. Mas teria que haver uma prestação de contas. É melhor até que o dinheiro vá para as federações do que suma dentro da própria CBF. Antigamente, tinha uns 15 dirigentes ganhando mais de R$ 90 mil por mês. Nesse sentido, eles até deram um corte. Então, se é para a coisa evaporar lá dentro, que seja nas federações. Mas não concordo que não haja uma prestação. Se está sobrando dinheiro na CBF, tudo bem, vamos ajudar o futebol das federações. A FGF nunca ganhou. Uma vez eu solicitei ao presidente Ricardo Teixeira: “por que todos ganham e a Federação Gaucha não?. E ele me respondeu: “por que tu és rico”. Mas eu respondi: “a federação não é o presidente”. E ele só disse: “tu não precisas, tu és rico”. Mais ou menos eu entendi que talvez aquilo fosse uma verba para o presidente.
O atual presidente Marco Polo Del Nero não ofereceu este repasse de verba para a FGF?
Novelletto: “Chegaram a me oferecer. Eu disse “Negativo! Vamos acertar o passado”. Há seis meses, o Del Nero quis pagar esta verba daqui pra frente. Eu disse: “Não! Me dá os nove anos passados que eu acerto” Claro que eu não iria botar o dinheiro no bolso. Eu iria ajudar os clubes, pagar os campeonatos, as arbitragens, e investir em um projeto que eu tinha para CBF, de melhorar categorias de base. Eu fiz a conta, dava uns R$ 5 milhões ou R$ 6 milhões. Eu ia dividir com todos os clubes, mas com prestação de contas. Não ia chegar e simplesmente dar para o clube. Ia investir em campos de treino, material esportivo, médicos, alimentação, vestiários e alojamentos. Mas eles queriam começar a pagar só de agora em diante. Aí eu não aceitei.
Por que o senhor fez em 2011, 2012 e 2013 congressos técnicos fora do país (Buenos Aires, Montevidéu, Santiago e Bahamas)?
Novelletto: Eu não sei pensar pequeno. Através dos congressos técnicos, nós chegamos ao patrocínio da General Motors. Este patrocínio não veio pela CBF. Eles (GM) bancavam esses congressos técnicos. Várias empresas fazem isso. A minha empresa fecha hotel em Santa Catarina e Paraná. Eu acho que o funcionário e o clube têm que, em ao menos dois dias do ano, sentir uma espécie de gratidão e retorno por tudo que ele se dedica. E através dos congressos, nós demos um ar de grandeza. Tem que demonstrar grandeza. É um grande campeonato, um grande futebol. Foi pensando grande que chegamos ao ponto de ser o terceiro campeonatovmais bem pago do país. Por pensar grande, chegamos onde estamos.
O congresso técnico do próximo Gauchão será no Exterior?
Novelletto: Não. Agora é economia. Temos dívidas a serem quitadas, temos que organizar a casa. Mas em seguida vamos buscar parceiros que banquem novavemte.
Mas qual a relação entre o congresso técnico fora do País e o patrocínio da GM?
Novelletto: Foi por nós termos demonstrado grandeza que a GM chegou até nós, querendo bancar esses congressos. Houve uma contrapartida. Negociamos o Campeonato Gaúcho com eles eles terem sentido a nossa grandeza.
Quem o senhor vai indicar para ser o seu sucessor na presidência da FGF?
Novelletto: A minha vontade, pela gratidão e por ser um guri fiel, honesto e transparente é que o meu sucessor seja o Luciano (Hocsman, vice-presidente da FGF). Não posso dizer que vai ser ele. Até por que te dou quase certeza que na próxima eleição haverá oposição. Afinal, não é proibido. Aqui não tem cabresto. Mas eu torço pelo Luciano e vou ser leal a ele como ele foi comigo.
O senhor vai tentar mais uma vez ser candidato à presidência da CBF?
Novelletto: Não sou de insistir duas vezes. Dentro da minha falsa modéstia, O futebol precisa mais de mim do que eu do futebol. Vou sair daqui com 65 anos. Tenho meus netos, vou tentar ler um livro, ir ao cinema ou ir ao teatro, fazer coisas que nunca fiz. Eu já insisti uma vez. Se cair no meu colo, não vou dizer que não. Mas insistir eu não vou. Eu não corri atrás de voto nem na FGF. Nunca pedi voto para ninguém. Quero que me traga alguém que diga que alguma vez eu tenha pedido voto. Eu trabalho de graça, não quero salário, não quero um centavo, vou ter que ficar pedindo “vossa excelência, por favor vote em mim”? Não. Eu conheço a minha competência como gestor. Se quiserem que eu vá pelos meus bons trabalhos, tudo bem. Mas não vou lá insistir de jeito nenhum.
A sua empresa, a Multisom, patrocina clubes filiados e também eventos ligados ao futebol gaúcho. Isso é correto? Qual exatamente é a relação entre a FGF e a empresa de sua propriedade?
Novelletto: A Multisom investe no futebol há 30 anos. Ela só foca a mídia dela no futebol. E foi através disso que eu virei presidente da Federação. A Multisom sempre patrocinou pelo menos seis clubes no interior. É uma empesa que é voltada para o futebol. Você não vê a marca dela em outros eventos, só no futebol. Foi através da mídia que nós pegamos o futebol do São José. Lá eu fiz um bom trabalho e, então, chegamos à presidência da Federação. Você, em um empresa, tem que focar em um segmento. Não dá para ficar atirando para tudo que é lado. Eu gosto de futebol, estou no Rio Grande do Sul devido ao futebol e resolvi investir no futebol.
A Multisom foi um ponto de venda de ingressos para o último amistoso da Seleção Brasileira em Porto Alegre. Isso não é um conflito de interesses?
Novelletto: A Multisom se tornou um point de venda de ingressos. De cada 100 ingressos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, 95% são vendidos na Multisom, Cada esquina tem uma loja da Multisom. Há anos se vende ingressos de Grêmio, Inter e clubes do Interior. Você pensa em ingresso, pensa em Muitisom. Por coincidência, a empresa é minha. E no caso do jogo do Brasil, eu não procurei a CBF. O pessoal da CBF que viu que a venda não estava legal pelo site e eles acharam que deveria haver pontos de venda. Alguém falou para eles que em Porto Alegre onde se vende ingresso é na Multisom. Aí o cara da CBF me procurou. Eu falei: “tem 130 lojas, escolhe onde quiser”.
O senhor ganha algo vendendo ingresso?
Novelletto: Eu não ganho nada. Inclusive me ligaram da imprensa do centro do pais. Pelo contrário, para chamar gente pra o teu estabelecimento, tu teria que comprar o direito de vender ingresso e não ganhar comissão. Mas uma parte da imprensa está doente, pois não acredita mais em nada. Quando eu acreditar que ninguém mais é honesto na vida, não valerá a pena viver, dou um tiro na cabeça. Mas respeito a insistência de vocês jornalistas, pois, normalmente, onde vocês botam a mão na cumbuca tem rolo. Mas pode ficar tranquilo que neste caso não tem.