Ainda que o paranaense Mateus Soares Trindade tenha sido o campeão da 32ª Maratona Internacional de Porto Alegre, o primeiro atleta a cruzar a linha de chegada, na verdade, foi um gaúcho de São Jerônimo.
Altemir Luis de Oliveira, 42 anos, percorreu os 42,195 quilômetros em duas horas e três minutos em sua cadeira de rodas. De Alvorada, onde reside atualmente, o maratonista, representante da RS Paradesporto, conversou com Zero Hora.
Foi sua terceira vitória na Maratona de Porto Alegre. O que ela teve de especial?
Vinha de lesão no ombro esquerdo, que me deixou seis meses parado. Me surpreendi com o tempo, não imaginei que conseguisse completar em duas horas e três minutos. No meu auge, consegui chegar em uma hora e 59 minutos.
Quais são as dificuldades da prova?
A Maratona de Porto Alegre tem uma peculiaridade, que os cadeirantes sentem muito mais: algumas ruas estão muito esburacadas. É o caso da Rua Vasco da Gama, da Avenida Goethe. Bom é quando chega na Avenida Beira-Rio, que está bem parelhinha, renovada.
O que há de bom em correr em Porto Alegre?
É legal saber que está competindo na tua cidade, com teus familiares e amigos te esperando na linha de chegada, andando nas ruas que estás acostumado. Isso é fantástico.
E o que pensa que poderia melhorar?
Precisa ter mais premiação, mais incentivo. Éramos só cinco atletas de cadeiras de rodas. No Japão são 400. Também, aqui na nossa Maratona, os andantes ganham R$ 5 mil, e nós, R$ 500. Também acho que precisa de mais preparo na organização. Afinal, enfrentamos os mesmos 42km que os demais. Mas isso é um mal da sociedade. Quero ser visto como um atleta normal, não estou ali superando limites. Estou competindo, como os outros.
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