O Brasileirão, que começa no sábado, representa desafios distintos para a dupla Gre-Nal: o Inter precisa colocar seus medalhões em ponto de bala, e o Grêmio deve, com poucos recursos, transformar seu time em um elenco.
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Agora, a conversa é entre adultos. O Brasileirão começa na hora do churrasco de domingo para os gaúchos com perspectivas e urgências bem distintas. O Inter, penta no RS e com técnico robustecido pelo primeiro título no Brasil, tem de apurar a forma dos seus medalhões e deixá-los a ponto de bala. O Grêmio, por sua vez, precisa fazer mágica financeira e passar de um time a um grupo de jogadores.
Desenho Tático: Inter controlou o Grêmio
As finais do Gauchão escancararam ainda mais as carências vividas por Felipão no Humaitá. O Inter foi o único time da Série A que enfrentou. Depois, vieram alguns das Séries C e D e muitos fora de série. Em meio ao campeonato, Felipão até conseguiu montar uma equipe ajustada, competitiva e bastante honesta. Só que o sucesso no Brasileirão não vem para times que jogam com 11. Vence quem joga com 18, 19 ou quanto mais puder escalar.
O horizonte é preocupante. O próprio presidente Romildo Bolzan Jr. admitiu depois da final que será preciso fazer nova ginástica e contratar. Faltam um lateral-direito, meias para ser alternativa a Douglas, Giuliano e Luan, atacantes. O Grêmio carece de velocidade e de alguém em paz com o gol na área. A investida sobre Braian Rodríguez foi correta. O problema é que a emergência do Grêmio não combina com o tempo de que necessita para deslanchar.
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A margem de erro é estreita demais. Prova disso foi a vinda de Cristian Rodríguez em março. O uruguaio desembarcou para dar requinte ao time de Felipão. Mas conheceu mais os médicos do que os companheiros. E seu salário de europeu acabou virando uma babilônia nos austeros cofres gremistas.
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Saindo do CT Luiz Carvalho e avançando alguns quilômetros pelo Guaíba, encontra-se águas bem mais calmas às margens do CT do Parque Gigante. O Inter abriu o cofre e fez descer no aeroporto figuras carimbadas. Quatro meses depois, já está na hora de eles mostrarem as travas afiadas e o fôlego em dia para suportar a dureza do Brasileirão. Se Réver, Nilton, Vitinho e Anderson se tornarem competitivos, o time será um dos dois ou três principais candidatos.
Juntar esse quarteto à gurizada que turbinou o time transforma Diego Aguirre no técnico mais bem equipado do Brasileirão. Pelo menos até julho, quando o verão europeu aquece o mercado no rigor do nosso inverno. Ou algum colorado acha que do lado de lá do oceano não estão vendo Valdívia, Dourado e Sasha?
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