Penso que a direção do Grêmio deve ter muita cautela para assumir posições após a perda do Gauchão, tanto em relação aos atletas que fazem parte do elenco, quanto em relação à política a ser adotada daqui para a frente. A experiência nos mostra que a filosofia de terra arrasada não leva a lugar nenhum.
As pessoas competentes que dirigem o clube devem fazer uma criteriosa avaliação acerca dos jogadores que devem permanecer, ou que, na opinião de quem decide, devem deixar o clube. Não há responsável isolado pela perda do campeonato. Alguns jogadores que atuaram muito bem em algumas partidas podem ter sido infelizes ou jogado mal exatamente na decisão do campeonato.
Vou utilizar um exemplo clássico e talvez muito fácil de avaliar: o goleiro Marcelo atuou bem em todas as partidas, é jogador de Seleção Brasileira e, por óbvio, deve permanecer. Outros, independente de nomes, condição salarial ou fama, precisam ser submetidos a uma rigorosa avaliação técnica, sempre com a recomendada cautela, pois são patrimônio do clube.
Observação
Há uma série de requisitos que devem ser cuidadosamente observados, tanto dentro quanto fora de campo, no que tange ao desempenho técnico, à motivação para jogos decisivos, ao comportamento pessoal, comprometimento com o clube, com os companheiros, enfim, uma avaliação geral de todos os integrantes do elenco profissional.
Afinal, o Grêmio é uma instituição centenária, com passado glorioso, que sempre se caracterizou por contar em suas fileiras com profissionais comprometidos com a causa tricolor. Houve épocas em que, para derrotar o Tricolor, o adversário tinha que suar sangue, tamanha a irresignação diante de um mau resultado. Tudo precisa ser avaliado ou reavaliado para que não haja responsabilização isolada pela derrota no Gauchão. A história também nos mostra que aquele que não serve hoje, pode servir amanhã.