Quase 17 anos depois de chegar ao Brasil pela primeira vez, e agora com o status de maior evento de artes marciais mistas (MMA) do planeta, o UFC finalmente desembarca no Rio Grande do Sul. O octógono mais famoso do mundo está no Gigantinho e recebe, a partir das 19h deste domingo, onze lutas - a principal delas entre os pesos pesados Antônio Pezão e Frank Mir.
Conheça Antônio Pezão e Frank Mir, os líderes do UFC em Porto Alegre
O card previsto não tem disputas de cinturão - reservadas apenas para eventos numerados -, mas coloca em Porto Alegre toda a estrutura que lembra os grandes espetáculos em Las Vegas. Pezão e o ex-campeão Mir são apenas uma parte da festa, que terá o locutor Bruce Buffer, as ring girls e transmissão para a televisão americana.
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A repercussão do evento vale como um teste para que o estado volte a receber o UFC - e a primeira parte, com venda total de ingressos, já colocou a Capital na trilha das lutas.
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Antes da tensão do octógono, Pezão e Mir aliviam ambiente em Porto Alegre
O Rio Grande do Sul embarca no crescimento da popularidade do MMA que o Brasil viu nos últimos anos _ e tem até um campeão interino, Fabrício Werdum, que detém o cinturão provisório entre os pesados. O primeiro UFC no Brasil foi em 1998, em São Paulo. Um longo hiato terminou em 2011, quando o Rio de Janeiro sediou o UFC 134. Desde então, acumulam-se eventos de pequeno e grande porte. Assim, o Brasil passou a ser o segundo país com o maior número de disputas do UFC no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e superando Canadá, Reino Unido e Japão, tradicionais no mundo das lutas.
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It's time!
A voz do UFC é uma das atrações. Bruce Buffer se tornou uma celebridade do meio com seus famosos bordões antes e depois das lutas _ o principal deles é o "I'ts Time" (chegou a hora) para chamar o público na hora do combate principal de cada card. Amado pelo público brasileiro, Buffer tem a companhia dos fãs ao gritar suas frases características.
A caminho do título
Porto Alegre não verá nenhuma disputa de cinturão, mas as duas principais lutas da noite têm implicações no caminho dos lutadores em direção ao título. Antônio Pezão já foi desafiante - derrota por Cain Velásquez - e tenta a recuperação depos de duas derrotas e um combate sem resultado nas últimas três lutas. Frank Mir já teve o cinturão do UFC duas vezes - o linear e o interino -, além de disputá-lo novamente contra Júnior Cigano dos Santos em 2012. Com quatro derrotas consecutivas, o veterano precisa vencer para sonhar com uma nova chance.
A segunda luta em importância da noite reúne Edson Barboza e Michael Johnson, que estão em ascensão na categoria dos leves - o brasileiro é o sexto do ranking e vem de duas vitórias seguidas. O americano ganhou as três últimas lutas e é o 12° da classe de peso.
Em gráfico, o cenário do UFC no Gigantinho:
Por que não é um evento numerado?
O UFC classifica os seus eventos de acordo com a importância e suas transmissões na televisão americana. Os cards numerados guardam as disputas de cinturão ou combates mais relevantes - e, nos Estados Unidos, são transmitidos apenas pelo sistema de pay per view. Porto Alegre recebe uma edição de Fight Night, exibidos pela Fox Sports na TV por assinatura na América do Norte.
Luta sem brasileiros
A ligação dos fãs brasileiros com os lutadores locais faz com que o UFC recheie os cards sul-americanos com atletas da casa. No Gigantinho, apenas um dos 11 combates não envolve nenhum atleta nascido no Brasil - o argentino Santiago Ponzinibbio encara o americano Sean Strickland na abertura do card principal. Mas há uma explicação: conhecido como "argentino gente boa", Ponzinibbio mora no Brasil e participou da versão verde e amarela do programa The Ultimate Fighter na TV Globo.
*ZH Esportes