O Ministério Público aguarda uma representação formal do goleiro Aranha, do Santos, para oferecer a denúncia contra os quatro torcedores do Grêmio indiciados pela Polícia Civil, no mês passado, pelo crime de injúria racial. A representação precisa ser feita pelo atleta em qualquer delegacia para autorizar o processo dos indiciados. Nesta etapa, Aranha ainda pode voltar atrás e não autorizar o prosseguimento do caso. O goleiro tem prazo de seis meses.
O promotor da Promotoria do Torcedor, José Francisco Seabra Mendes Júnior, já analisou o inquérito policial e o classificou como "muito bom". Como a pena mínima prevista para o crime (injúria qualificada) é de um ano, o Ministério Público está pronto para propor a suspensão condicional do processo.
"Nessa situação, o Ministério Público propõe algumas condições para que o processo fique suspenso por um determinado período, no caso dois anos. Com certeza uma das condições seria a suspensão de frequentar estádio por um tempo. Isso seria imprescindível, até pela gravidade dos fatos", afirma o promotor.
Se a Justiça aceitar, os quatro torcedores ficarão impedidos de frequentar estádios por dois anos. Também deverão ser obrigados a se apresentar em juízo regularmente e estarão proibidos de se ausentar da comarca por mais de 30 dias.
A Polícia Civil segue trabalhando na tentativa de identificação de outros quatro torcedores, que também aparecem em imagens de TV fazendo gestos ou proferindo palavras de cunho racista. No entanto, os investigadores ainda não chegaram aos nomes dos quatro homens.