Formado nas categorias de base do São Paulo, Wagner Lopes subiu para os profissionais na época dos "Menudos do Morumbi", nos anos 1980. Sem espaço, o atacante foi para o Japão em 1987, aos 18 anos. Lopes jogou por vários clubes do país e se naturalizou japonês, jogando a Copa do Mundo da França, em 1998.
Para que os netos tivessem convívio com os avós, Wagner Lopes voltou ao Brasil em meados dos anos 2000. Ele era o auxiliar-técnico de Vagner Mancini no Paulista de Jundiaí, quando o clube venceu a Copa do Brasil, em 2005. Depois, foi técnico de clubes no interior paulista incluindo o Botafogo de Ribeirão Preto, que teve campanha de destaque no Paulistão 2014.
Desde abril, o técnico de 45 anos está à frente do Criciúma, próximo adversário do Grêmio, no domingo (17), na Arena. O Criciúma está na 12ª colocação e vem de dois bons empates: 1 a 1 com o São Paulo, no Morumbi, e 0 a 0 com o líder Cruzeiro, no Heriberto Hulse, valendo-se de uma mistura da "alegria do brasileiro com a disciplina e organização do japonês", que diz adotar em sua vida profissional e pessoal.
Wagner Lopes foi o entrevistado do Dose Dupla, desta quinta-feira (14). Além de projetar o jogo contra o Grêmio, Wagner falou sobre os destaques da equipe e de sua passagem pelo Japão. Confira abaixo os principais trechos.
Duelo contra o Grêmio na estreia de Felipão na Arena
"Será um jogo complicado. O Grêmio vem pressionado por conta dos três últimos resultados, mas tem um grande treinador e vamos ter que fazer uma marcação muito bem feita, sem dar espaços".
Empates contra São Paulo e Cruzeiro
"Fomos a São Paulo com seis desfalques e tivemos um jogo duríssimo lá. Quanto ao Cruzeiro, todos sabem da sua qualidade. É muito difícil encarar de igual para igual clubes candidatos ao título. Esses dois pontos foram imporatantes para nós".
A experiência de Paulo Baier
"Paulo (Baier) tem uma capacidade de posicionamento e batida na bola... é um diferenciado. É nosso líder, nosso capitão. Tem uma excelente bola parada e é uma das nossas armas para vencer em Porto Alegre".
A aposta no centroavante que não passou pela base
"O Gustavo foi artilheiro da Copa São Paulo em janeiro jogando pelo Taboão da Serra. Foi um achado para o clube. Ele não teve categoria de base. É um jogador com muito potencial, mas ainda tem que trabalhar posicionamento. Com certeza vai fazer muitos gols".
Experiência no Japão e a "mistura boa" de culturas
"É uma benção de Deus você ter dois países como sua casa. Eu tive a oportunidade de ficar 17 anos no Japão e meus filhos são nascidos lá. É uma experiência impar representar uma nação tão antiga. Copa do Mundo é o sonho de todo atleta profissional e aprendi muito. Você pega a coisa boa do brasileiro que é a alegria e a organização, planejamento e disciplina do japonês e fica uma mistura interessante".
Ouça a entrevista de Wagner Lopes