O Brasil produziu diversos tenistas promissores recentemente, mas nenhum deles efetivamente conseguiu sucesso no profissional. Um jovem de 16 anos, porém, dedica-se para mudar este cenário. Trata-se do gaúcho Orlando Luz, que treina na cidade catarinense de Caboriú sob o comando de Larri Passos e vem de uma sequência incrível no circuito juvenil de tênis.
Em março, Orlandinho, como é conhecido, venceu três torneios seguidos. Primeiro, foi campeão do Assunción Bowl, no Paraguai. Em seguida, faturou o Banana Bowl, evento que um brasileiro não vencia desde 1981. Para completar a trinca, tornou-se campeão da Copa Gerdau, em Porto Alegre (RS), ao derrotar na final o belga Clement Geens (atual 20º do ranking juvenil).
Com a sequência de títulos, Orlandinho conseguiu escalar o ranking juvenil e chegou à vice-líderança, ficando atrás apenas do alemão Alexander Zverev, de 16 anos e que tem 1.575 pontos. Na atualização da lista de ontem, o brasileiro, com 911 pontos, caiu uma posição e agora é o terceiro, atrás também do americano Francis Tiafoe (932).
- Tenho que encarar isso como uma fase e não só pensar em continuar assim. Preciso subir de nível, não posso me acomodar. Muitos brasileiros que se destacarm cedo se acomodaram e por isso não tiveram sucesso - disse Orlandinho.
Após a trinca de títulos, o tenista gaúcho perdeu a invencibilidade no Sul-Americano Juvenil, na Bolívia, onde ele perdeu nas semifinais para o peruano Juan Rosas (39º). A partir do dia 21 deste mês, ele vai liderar a equipe brasileira no Sul-Americano de sua categoria (entre 14 e 16 anos), na Bolívia, valendo vaga na Copa Davis da categoria.
Não só nas disputas individuais o jovem se destaca. Ele ainda vem de duas conquistas em torneios de duplas, no Assunción e Banana Bowl, ambas com João Menezes.
- Hoje eu foco mais em simples, mas todo tenista que está começando profissionalmente joga duplas em todos os torneios. Venci no Paraguai e no Banana Bowl em dupla. Mas o objetivo e foco é individual - concluiu.
Orlandinho já pensa em se tornar mais um pupilo de sucesso de Larri Passos, que foi técnico de Gustavo Kuerten durante toda a carreira do ex-líder do ranking, e acredita que o treinador também o veja com bons olhos:
- Sonho com isso, mas tem muito chão pela frente. O Larri me trata igual a todos, mas ele deve sentir um pouco isso pelos resultados que venho tendo. Conversamos muito sobre o mental e o físico e temos uma boa relação.