A cedência de espaços públicos para colocação de peças publicitárias é uma das alternativas previstas pelas autoridades para ressarcir parceiros privados que bancarem as estruturas temporárias do Beira-Rio. Parques, praças e até fachadas de prédios públicos podem receber placas de propaganda das empresas que custearem os R$ 25 milhões necessários.
Apesar de não constar no projeto de isenção fiscal encaminhado à Assembleia Legislativa, o Comitê Organizador Local (COL) afirma que já acertou com o Internacional, prefeitura de Porto Alegre e Governo do Estado a cedência de áreas para colocação de publicidade.
A ideia segue o modelo adotado em São Paulo, onde as estruturas provisórias foram custeadas pela Ambev, que irá usufruir de áreas para colocação de propaganda após a Copa do Mundo.
Assembleia tenta acelerar projeto de isenção fiscal
O projeto remetido ao Legislativo não veda a participação de empresas públicas no programa que vai isentar cobrança de impostos. No entanto, a possibilidade é rechaçada pelo governo. "Já há parceiros privados interessados. Não trabalhamos com este cenário", afirma o secretário do Planejamento, João Mota.
O COL pretende dar publicidade aos custos dos itens da estrutura temporária tão logo forem definidas as participações do poder público. Tanto a prefeitura como Palácio Piratini mapeiam quais equipamentos poderão ser cedidos por estatais a fim de reduzir os custos. Também são analisadas quais estruturas serão adquridas e incorporadas ao patrimônio público, como legado da Copa.
Na Assembleia, o esforço é para acelerar a tramitação do projeto. A presidência tenta acordo entre os líderes das bancadas de deputados para que o projeto fique apto a ir a votação na primeira semana de março. Interlocutores tentam sensibilizar os deputados de que a renúncia fiscal é um investimento na Copa do Mundo.
"Teremos um retorno de quase R$ 40 milhões só em arrecadação de impostos, sem falar na geração de empregos e no fluxo de turistas que vão gastar aqui", cita Maurício Nunes, coordenador do COL.
Entre os argumentos das autoridades também consta a destinação de R$ 3,7 milhões ao Fundo Estadual do Esporte, através da contrapartida de 15% exigida dos parceiros privados que obtiverem a isenção de ICMS. A verba será utilizada em políticas de fomento de atividades esportivas após a Copa do Mundo.