Uma falha tecnológica marcou, nesta sexta-feira, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia. Logo no início da festa, cinco estrelas gigantes de Led desceram da cobertura do estádio. Elas deveriam se expandir e dar lugar a arcos, mas uma delas falhou. Assim, na montagem dos anéis olímpicos, ficou faltando um deles, exatamente o que representa o continente americano - o vermelho.
A falha foi o único ponto negativo da bela festa organizada pelos russos. O evento teve como um dos destaques a forma com que foram apresentados os países enquanto as delegações nacionais entravam no estádio. No centro do gramado, uma projeção mostrava, em alta definição, o mapa dos países no mesmo momento em que as respectivas delegações iam ingressando no estádio.
Entre as delegações que mais chamaram a atenção, destaque para a alemã, por conta do seu uniforme multicolorido, e também para a da Venezuela. Antonio Jose Pardo Andretta, único representante do país sul-americano, se divertiu muito carregando a sua bandeira, em uma felicidade radiante.
O Brasil participou da cerimônia com 12 dos seus 13 atletas. A única ausência foi o esquiador Jhonatan Longhi, que só chega a Sochi daqui a uma semana. Maya Harrisson, também atleta do esqui alpino, entra na Vila Olímpica no mesmo dia. Mas ela foi a Sochi para participar da cerimônia de abertura, voltará para casa, em Genebra, e depois seguirá de novo para a Rússia no dia 14.
Diferente do que costuma acontecer nas cerimônias de abertura nos Jogos de Verão, em Sochi os atletas entraram no estádio Olímpico antes da principal parte artística da festa. Como apenas cerca 3 mil competidores estarão em Sochi (menos de um terço do que foi a Londres), foi mais fácil acomodá-los nas arquibancadas, deixando o campo livre para as apresentações.
Na festa, como de praxe, os russos lembraram de sua história e tentaram mostrar que também fazem parte de uma nova era de inovação tecnológica. No fim da cerimônia, a tocha olímpica passou, entre outras, pelas mãos de Maria Sharapova e da embaixadora dos Jogos, Yelena Ysinbayeva, que não escondeu a barriga de grávida. Ela foi acesa pela ex-ginasta Alina Kabaeva e pelo ex-lutador Alexander Karelin, dois dos maiores ídolos do esporte olímpico russo.
INGRESSOS - Pouco antes da cerimônia, os organizadores do evento confirmaram que mais de 80% dos ingressos para as suas respectivas competições já foram vendidos. Mas, apesar do sucesso nas vendas, os espectadores russos, responsáveis pela compra de cerca de 70% do total disponível de entradas, têm enfrentado longas filas para retirar seus bilhetes.
Os pontos de venda de ingressos foram colocados no aeroporto da cidade, em estações de trem no centro de Sochi e no Parque Olímpico. Também é possível fazer a retirada de bilhetes em Moscou, a capital russa. Oksana Yeguryan, espectador que reside em Sochi, disse que precisou esperar cerca de quatro horas para apanhar seu ingresso para a cerimônia de abertura da Olimpíada de Inverno, sendo que pagou 20 mil rublos (aproximadamente US$ 578) pelo mesmo.
Apesar dos problemas envolvendo os Jogos de Sochi, cercados por um clima tenso em função de ameaças terroristas, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse, durante assembleia geral da entidade, que as coisas estão transcorrendo bem até aqui na organização da evento. Sem entrar em detalhes, o dirigente afirmou que "como sempre ocorre nos primeiros dias da Olimpíada, há apenas 'um pequeno soluço aqui ou ali', mas nada realmente substancial até agora".