O presidente do Grêmio, Fábio Koff, enviou nesta segunda, por e-mail, uma carta a respeito do artigo assinado pelo editor Ticiano Osório na Zero Hora do último sábado, em que o jornalista compara o aproveitamento do Grêmio na Arena com o do Olímpico:
Prezado Ticiano, se consideras verdadeira a premissa do seu texto que trata da Arena do Grêmio e o presumível "fator casa", permita-me afirmar que o restante dele é dispensável.
No primeiro parágrafo, está escrito que não há como comparar os 58 anos em que o Estádio Olímpico foi a casa do Grêmio com os iniciais oito meses de operação da Arena. Mas lamentavelmente tudo que o texto faz na sequência é buscar compará-los.
A superficialidade das argumentações e as generalizações soam preocupantes ao leitor, pois não trazem o contraditório, tampouco aprofundam as causas. Pois então permita-me lhe informar que a Arena do Grêmio é um dos estádios com maior média de público no Brasil nesta temporada, o que, por si só, evidencia o orgulho e o interesse do torcedor gremista pela sua nova casa. A Arena do Grêmio é um equipamento com padrão Fifa, com alto grau de conforto e segurança, oferecendo ao torcedor e à comunidade gaúcha um espaço de excelência para o futebol ou qualquer tipo de evento.
Obviamente que ainda enfrentamos dificuldades, pois estamos nos adaptando a uma nova realidade, moldando uma nova cultura de localização, uma nova forma de torcer, de assistir aos jogos. Mas estamos trabalhando incessantemente, todos os dias, Grêmio, Arena e OAS, na busca das melhores soluções para todos os problemas, sejam eles de caráter comercial ou no que se refere ao acesso do torcedor. É um legado que deixaremos aos demais clubes, afinal o Grêmio foi o pioneiro, o primeiro clube a construir de forma particular um estádio dessa magnitude.
No que compete ao poder público, temos feito todos os esforços e cobrado as providências necessárias à melhoria de todo o entorno do complexo. Assim procedemos na última semana, com uma importante reunião de encaminhamento desse tema, amplamente divulgada, inclusive pelo seu veículo.
Por fim, o citado "fator casa" é algo que construiremos com vitórias e títulos, seja nesta ou em novas gestões. Assim o fizemos contra o Botafogo, contra o Fluminense, no Gre-Nal, e por que não dizer também contra o Huachipato, contra o Coritiba. Assim como tivemos no Olímpico vitórias memoráveis, também passamos por momentos difíceis. E tudo isso constituiu a alma do estádio e forjou uma torcida única, apaixonada, destemida, razão de existir do Grêmio. Essa mesma torcida que agora dá vida à Arena e que a transforma num espaço temido por qualquer adversário.
É realmente raso atribuirmos a falta de resultados à ausência de "fator local", assim como, definitivamente, é simplório compararmos 58 anos com oito meses.
Atenciosamente,
Fábio André Koff
Presidente do Grêmio