A torcida corintiana vive uma lua de mel com os títulos. E dessa vez, o ciclo está completo. Libertadores, Mundial e, agora, a Recopa. Com gritos de olé, o Corinthians venceu o São Paulo por 2 a 0 nesta quarta-feira, no estádio do Pacaembu, pelo jogo de volta e faturou o título da competição internacional.
Na ida, vitória por 2 a 1. Romarinho e Danilo fizeram para o clube de Parque São Jorge, que chegou ao quarto título internacional da história e ainda aumentou a crise do lado dos tricolores, que não vencem há nove partidas.
O confronto entre Corinthians e São Paulo agita a cidade e chama atenção do país. E ainda mais quando vale mais uma taça de torneio internacional à galeria de uma das equipes. Não é à toa que as imediações do estádio do Pacaembu foram tomadas pelo torcedores que, horas antes, chegaram ao estádio. De um lado, otimismo e confiança estampavam o semblante dos alvinegros. Do outro, as buscas por recomeço e desafogo à crise.
Horas antes, cenas de violência no metrô, que foram apaziguadas pela segurança. No palco do espetáculo, faixas de incentivo e também de provocações. Na escalação, o técnico Paulo Autuori esperou até os últimos momentos, mas não pôde escalar o lateral-esquerdo Clemente Rodríguez, punido pela Conmebol por uma expulsão ainda com a camisa do Boca Juniors (ARG), e Jadson, com dores no tornozelo direito. Problemas aliados ao mau momento do time resultam em ainda mais dificuldades.
Dificuldades estas medidas diante do Corinthians. Compacto e mais entrosado, o time de Parque São Jorge teve os retornos de Danilo, este titular, e de Douglas e Renato Augusto, ambos como opções no banco, que estavam machucados. Com contrato renovado, Sheik também foi a campo. Com isso, Tite teve a oportunidade de escalar o mesmo time que ganhou na ida, por 2 a 1.
Em campo, Autuori escalou o time com três volantes. Mais recuado, o time teve mais posse de bola no primeiro tempo, 57%, que pouco ilustrou o momento. As trocas de passes eram do meio para trás, à procura de espaços. Ganso até tentou criar, mas pouco contribuiu. Estava entregue à marcação. Osvaldo e Luis Fabiano à mercê dos zagueiros. As subidas dos laterais foram ineficazes. Do outro lado, o "renovado" Sheik apareceu nas pontas para levar perigo. Mas, sem muito medo a Ceni.
Mais incisivo e com a vantagem, o Corinthians ainda aumentou o prejuízo do rival. Após lançamento de Edenilson, Sheik dominou na área e rolou para Guerrero. O peruano fez a proteção à frente da área e a bola sobrou para Romarinho. Na frente de Ceni, o "Iluminado" tocou para o fundo das redes e foi para a torcida. A essa altura, o Tricolor precisava marcar dois gols.
Com o tento, a torcida corintiana começou a gritar "olé", ainda no primeiro tempo, aumentando a aflição do adversário, que não vence há oito jogos e, com essa partida, aumentava para nove...Nem mesmo a mudança de técnico parece surtir o efeito desejado. Sorte do Timão, que ficou a 45 minutos do quarto título internacional da história (Dois Mundiais e uma Libertadores já estão na sala de troféus). Por outro lado, o rival tem 12.
AUMENTA O PLACAR E A CRISE TRICOLOR
Maus resultados, turbulências, críticas das arquibancadas, confusão no aeroporto dias antes, um novo treinador que busca implantar o seu estilo de jogo, um adversário entrosado, além do tempo que corria contra. Esse foi o cenário do São Paulo ao subir as escadarias do Pacaembu rumo ao segundo tempo. Difícil? Complicado? Mas ainda havia esperança. Para reverter, Wellington deu lugar a Aloísio.
Mesmo com o time mais à frente, quem tomou a iniciativa foi o Corinthians. Bem postado, aproveitou as brechas na defesa adversária. Romarinho e Sheik foram posicionados mais abertos. Com isso, o meio tinha mais espaços para girar e trabalhar a bola. Em uma chance, Fábio Santos ficou cara a cara com Rogério Ceni e bateu fraco, para a fácil defesa do goleiro tricolor.
Do outro lado, o São Paulo desperdiçou a melhor das oportunidades até então. Ganso deu belo passe por cima para Aloísio, que chutou em cima de Cássio. O goleiro fez grande defesa. E quando a fase é ruim, o velho ditado de "quem não faz, toma" aparece. E apareceu com um velho conhecido dos tricolores. Após cruzamento, Danilo cabeçou para uma linda defesa de Ceni. Mas, no rebote, o meia não falhou e mandou para o fundo das redes.
Gol com beijo no escudo e, agora, com mais títulos conquistados com o Corinthians do que o rival. Integram Libertadores, Mundial, Brasileiro e Paulista. Agora, a Recopa o diferencia.
O São Paulo ainda buscou, lutou e se esforçou para conquistar o título, mas teve de ver o arquirrival campeão do torneio. Até Paulinho, que foi ao estádio rever os ex-companheiros, entoou o grito de "É campeão".