Fazer sucesso em um clube sul-americano e conseguir uma grande venda para a Europa é o sonho de muitos jovens jogadores do nosso continente. Nos casos de André e Valentín Barco, essa passagem para o Velho Continente foi adiada por outro sonho: o de conquistar a Libertadores. O volante do Fluminense e o agora meia do Boca Juniors se enfrentarão neste sábado (4), no Maracanã, para saber quem irá conquistar a taça que levou ambos a recusar uma ida para a Europa em 2023.
No caso do brasileiro de 22 anos, o interessado em sua contratação foi nada mais nada menos do que o poderoso Liverpool. O time treinado por Jurgen Klopp ofertou 30 milhões de euros (R$ 157 milhões na cotação atual) por sua contratação na janela do meio deste ano. André, no entanto, manteve firma a postura que havia garantido ao seu clube, de que permaneceria até o final da Libertadores.
— Realmente era uma proposta irrecusável pelo clube que foi, pela grande liga. Acho que todo jogador um dia sonha jogar em um grande clube na Europa. Mas eu resolvi manter minha palavra. Quando fechou a janela de janeiro, o Diniz (treinador do Fluminense) chegou e falou comigo que me queria aqui até o final do ano. Não sabíamos que chegaria uma proposta desse valor. Eu falei para ele que, independentemente do que acontecesse, ia estar até o final da temporada. Acabou que foi passando e, chegando no meio do ano, a gente ainda estava nas oitavas da Libertadores. Foi uma decisão muito difícil de ser tomada — declarou antes em entrevista à Conmebol sobre a final da Libertadores.
— Acho que se tivesse aceitado essa proposta não me sentiria 100% confortável, porque eu já tinha acordado com o professor Diniz. Ele preza muito pela palavra, pela honestidade, e sempre fala para mim que quando a gente faz as coisas certas sempre acontecem coisas boas. Em janeiro ele falou para mim que, sem dúvida, se ficasse, eu iria jogar e meu valor aumentaria — recordou.
Riquelme decisivo para permanência de Barco
Se a promessa a Fernando Diniz foi decisiva para André recusar o Liverpool, no caso de Valentín Barco entrou o peso de Juan Riquelme. Tido como maior ídolo da história do Boca Juniors e atual vice-presidente do clube argentino, o ex-meia foi determinante para que o garoto de 19 anos recusasse uma ida ao inglês Brighton.
O clube europeu topou pagar a multa rescisória no valor de 12 milhões de euros, o que nem dava ao Boca o poder para vetar a saída. Havia dos agentes de Barco também o sim para a negociação. Pois Riquelme entrou em cena. Após uma reunião com o ex-camisa 10, o garoto decidiu pela permanência para disputar a reta final da Libertadores.
Lateral-esquerdo de origem, Barco se afirmou como titular do meio-campo de Jorge Almirón. O Boca ainda tenta renovar seu contrato para aumentar a multa rescisória.
— Vamos tentar renovar por mais anos com o Barco para que siga crescendo. Esperamos que seu representante esteja de acordo — declarou Riquelme em setembro.
Se Riquelme conseguirá a renovação não se sabe, mas o adiamento da saída de Barco foi suficiente para o garoto chegar a esta final. Agora, o jovem xeneize desafiará André na busca pela taça da Libertadores, que para eles vale mais do que jogar a badalada Premier League.