O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, afirmou nesta sexta (22), em Lima, que a opção da entidade pela final da Copa Libertadores em jogo único é uma questão de "justiça desportiva". Abordado pela reportagem de GaúchaZH em um evento festivo na Fan Fest na Costa Verde, região litorânea da capital peruana, o dirigente disse que estava incomodado com o fato de o título mais importante do continente quase sempre ficar nas mãos da equipe que decidia a segunda partida em seu estádio.
— A ideia da final única tem a ver com um critério de justiça esportiva. Constatamos que, no sistema de ida e volta, em 70% das vezes a equipe que decidia a segunda partida em casa terminava sendo campeã. Vimos que, em jogo único, todos os times passam a ter que por tudo em campo naquela partida. A ideia é gerar condições de igualdade para os dois times. Não há como nenhum time "especular" o jogo — defendeu Dominguez.
Para o mandatário da Conmebol, a ideia já deu certo na final da Copa Sul-Americana, em 9 de novembro, quando o Independiente del Valle-EQU sagrou-se campeão ao derrotar o Colón-ser por 3 a 1, em Assunção, no Paraguai.
— Sim, a final única da Copa Sul-Americana em Assunção foi um sucesso. Tínhamos as mesmas expectativas. Foi uma festa que impactou a todos. Aproveito para dizer que, para a final da Libertadores, no sábado (23), 186 países vão transmitir a partida — finalizou.
O dirigente também falou sobre o novo Mundial de Clubes, que será disputado pela primeira vez em 2021, na China, com 24 equipes. Dominguez deu a entender que a conquista do Grêmio em 2017 talvez seja insuficiente para garantir a equipe tricolor no certame.
— Para mim, em particular, os campeões têm que ser os nossos representantes no Mundial. Mas não sou eu que decido. O Grêmio pode voltar a ganhar (a Libertadores) em pouco tempo e aí ir (ao Mundial). Há tempo ainda (para decidir) — declarou o dirigente.
Os critérios para o Mundial de 2021 ainda não estão definidos. A ideia original previa que fossem agraciados os campeões da Libertadores de 2017 (Grêmio), 2018 (River Plate), 2019 (indefinido) e 2020 (indefinido), além de mais dois clubes que sairiam de um play-off entre os quatro campeões da Copa Sul-Americana deste mesmo quadriênio. Porém, a alternativa que passou a ganhar força a partir das últimas semanas é que avancem ao torneio na China, através da Libertadores, apenas os campeões e vice das edições de 2019 e 2020. Desta forma, o Grêmio ficaria de fora.
Flamengo e River Plate decidem a final da Libertadores neste sábado (23), às 17h (horário de Brasília), no Estádio Monumental, em Lima.