Uma verdadeira epopeia ocorreu com a equipe do Atlético Tucumán nas Eliminatórias da Libertadores contra o El Nacional, em Quito. De praticamente eliminado por W.O., os argentinos conseguiram uma suada, porém fundamental vitória por 1 a 0 em pleno Olímpico Atahualpa e seguem buscando uma vaga na fase de grupos da competição mais importante das Américas.
Entenda o caso
O clube fretou um voo até Quito com escalas no Chile e em Guayaquil – para evitar os efeitos da altitude. A ideia era viajar até a capital do Equador apenas três horas antes do jogo. No entanto, o avião não foi autorizado a partir, no final da tarde desta terça, pela falta de papéis que autorizassem a viagem.
A situação chegou a mobilizar o embaixador da Argentina em Quito. Luiz Juez pediu que o El Nacional aceitasse a chegada atrasada da delegação do Tucumán. A equipe argentina viajou com apenas 11 jogadores em um voo de carreira, que chegou à cidade às 22h22min (de Brasília), sendo que o jogo estava marcado para começar às 22h15min.
O ônibus com os jogadores do Tucumán chegou ao Estádio Olímpico Atahualpa às 23h10min (de Brasília), e o jogo foi confirmado para as 23h30min – com a anuência do Nacional, que podia ter pedido o W.O. Com o apoio de batedores da polícia, o comboio chegou a andar a 130 km/h nas ruas de Quito (veja vídeo abaixo), de acordo com o embaixador argentino. Sem embarcar com a carga de uniformes, o Atlético teve de utilizar os uniformes da seleção sub-20 da Argentina, que está na cidade para a disputa do Sul-Americano da categoria.
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O jogo
Tentando se aproveitar da preparação inadequada do adversário que vestia a camiseta da seleção argentina pelo acontecido, o El Nacional tentou logo de cara partir pra cima e conseguir rapidamente a abertura do marcador.
Mas, apesar da blitz implantada pela equipe Militar em questão de movimentação e velocidade, o máximo que foi obtido nos primeiros 10 minutos foi um chute perigoso praticado por Pedro Larrea que passou a esquerda do goleiro Cristian Lucchetti. O arqueiro que, aliás, era o único que tinha a sua camiseta original pelo fato de que dirigentes do Tucumán haviam levado a indumentária em outro momento ao local da partida para algumas formalidades de apresentação do duelo.
Depois dos minutos iniciais, aos poucos os argentinos começaram a ser mais presentes no plano ofensivo. Com isso, a meta de Darwin Cuero era cada vez mais ameaçada e, aos 26 minutos, por muito pouco os visitantes não tiraram o primeiro zero do placar na finalização equivocada de Fernando Zampedri praticamente na pequena área.
A movimentação e volume de jogo por parte do Atletico Tucumán se tornava cada vez maior, parecendo uma questão de maior precisão nas finalizações para que o time de Pablo Lavallén convertesse sua superioridade em gols. No entanto, isso não aconteceu no primeiro tempo.
Com a chegada da etapa complementar, o cenário pouco se modificou perante a equipe que comandava o confronto no sentido dos argentinos serem mais presentes no ataque, porém ainda pecando nas finalizações. Em uma delas, a bola ficou circulando pela grande área até que Cuero fosse obrigado a fazer duas importantes intervenções antes de conseguir encaixar a bola e mantê-la sob seu domínio.
Em outra clara situação ao Decano, mais precisamente aos 14 minutos, Zampedri apareceu novamente próximo ao gol equatoriano para concluir a jogada, mas, assim como aconteceu no primeiro tempo, finalizou para fora.
Depois de muita insistência dele e de seus companheiros, Fernando Zampedri finalmente balançou as redes para o Atletico Tucumán. Com 18 minutos, após cruzamento desviado do meio-campista David Barbona, a bola sobrou para mais uma cabeçada de Zampedri, que dessa vez foi certeira no contra-pé de Cuero e balançou as redes do El Nacional para delírio dos muitos torcedores argentinos presentes em Quito.
Como não poderia ser diferente, a pressão mudou de lado após o tento visitante e o time Militar começou a ser mais presentes tanto na posse de bola como nas investidas ao ataque. Todavia, o "ferrolho" da defensiva Albiceleste eficiente aliado a pouca inspiração de criatividade para elaborar jogadas mais rápidas dos equatorianos dificultavam a missão da equipe mandante.
Todos esse fatores contrários não evitaram, evidentemente, que os minutos finais do embate ficassem emocionantes, decretando o apito derradeiro do árbitro uruguaio Andrés Cunha uma qualificação histórica para o Tucumán.
*LANCEPRESS