É brasileiro ou argentino aquele camisa 11 do Corinthians? A dúvida pode até ter passado pela cabeça de quem acompanhou o empate por 1 a 1 entre Boca Juniors e Corinthians, quarta-feira. Marrento e malandro, Emerson intimidou os hermanos em plena Bombonera e quase conseguiu a expulsão de Roncaglia, o autor do gol do Boca, sofrendo duas faltas duras do lateral - só a primeira foi punica com cartão amarelo.
- Sou de Nova Iguaçu, sou carioca, sou favelado, e com todo respeito ao Boca, a sua história, ao seu estádio, ao seu povo, mas cara... Não tenho medo de ninguém. Quem me conhece sabe muito bem disso. Tenho que jogar todos os jogos com se fosse o último - comentou Sheik, após a partida.
Aos 33 anos e atual tricampeão brasileiro (por Flamengo, Fluminense e Corinthians), Emerson usa a experiência a seu favor. Autor do lindo passe para o gol decisivo de Romarinho, o atacante garante que a torcida do Timão, que lotará o Pacaembu no dia 4, na finalíssima do torneio, é mais impressionante do que a dos xeneizes.
- Eu acho que igual a torcida do Corinthians, com todo respeito ao Boca, não tem. Mas a gente sente o eco dos gritos lá de dentro, a pressão. Mas, quando a bola rola, são 11 contra 11. O estádio, essa estrutura, esse concreto não entra para jogar. Vence quem for mais homem, quem for melhor, quem errar menos - analisou ele, que resumiu seu sentimento por chegar à final:
- É o sonho de toda criança e adolescente que sonha ser jogador, sonha seguir a carreira de atleta, disputar um Libertadores, jogar uma final, e ainda contra o Boca, aqui (Bombonera), com a camisa do Corinthians... Não precisa nem de salário para participar de um evento desse (risos) - brincou.