Indignado, Celso Prodócimo tomou uma decisão. Fechará o estabelecimento sempre que souber que uma torcida organizada está usando a BR-290, nas proximidades da Fronteira. Na noite de ontem, ele aceitou receber ônibus com torcedores corintianos que voltavam de Buenos Aires e viveu momentos de terror no Restaurante e Churrascaria Prodócimo. Os vândalos exigiram atendimento na frente dos outros clientes, gritaram, xingaram e, por fim, agrediram seu irmão, Laurindo Prodócimo, 62 anos, com um soco. Saíram, é claro, sem pagar pelas refeições que fizeram. Mas a maior revolta do empresário é com a impunidade.
Zero Hora - O que ocorreu ontem à noite no seu restaurante com a torcida do Corinthians?
Celso Prodócimo - Dá um trauma na gente. A Polícia havia nos avisado para fechar as portas e não atendê-los. Vários restaurantes tinham se negado a servir comida para eles, mas meu irmão, o Laurindo, tem um coração muito bom, ouviu eles dizerem que estavam com fome. Aí, ocorreu tudo.
ZH - Como foi o incidente?
Prodócimo - Eles entraram, 40 ou 50 homens, sentaram, começaram a gritar que queriam comer, que estávamos demorando para serviu. Meu irmão pediu calma que todos seriam servidos, mas estávamos com um bom movimento naquela hora.
ZH - Foi nessa hora que o seu irmão foi agredido?
Prodócimo - Eles levantaram e foram para cima dele, vários. Deram um soco. Ele estava de óculos. Tenho medo que algo mais grave aconteça com a visão dele. Ele foi no médico ontem, teve de voltar hoje pela manhã. Isso tem de acabar, é um absurdo. E o pior que há alguns anos isso já tinha ocorrido.
ZH - Com a torcida do Corinthians ou com outra?
Prodócimo - Com essa mesma torcida, cheia de baderneiros. Eles fizeram a mesma coisa que ontem. Sentam, comem e, na hora de pagar, arranjam uma confusão e saem correndo. Da próxima vez, vou fechar o estabelecimento e deixar eles com fome. Tomara que este fato seja conhecido no Brasil inteiro.