Além da partida contra o Flamengo, outro tema movimentou os bastidores do Beira-Rio na última quarta-feira (30). O requerimento da oposição do Inter para análise do destino do dinheiro oriundo da assinatura do contrato com a Liga Forte União. O pedido é motivado pela falta de informações e também cláusulas de confidencialidade impostas aos conselheiros. O trabalho foi incorporado a uma comissão especial que já analisava outras questões e deverá ser concluído até meados de dezembro.
Segundo Leonardo Oliveira, colunista de Zero Hora, a mesa diretora do Conselho Deliberativo concedeu a sete personagens da política do Inter a responsabilidade de debater a petição, que foi assinada por 154 conselheiros.
A comissão é composta por Alexandre Chaves Barcellos, André Miola, Bruno Vanuzzi, Diogo Bier, Paulo Corazza, Pedro Bossle e Roberson Soares. O objetivo é que todos sejam imparciais na verificação do caso. Entretanto, o cenário indica cinco ligados à oposição e apenas dois ao presidente Alessandro Barcellos.
Relatórios opinativos deverão ser produzidos. Uma votação será promovida no grupo de trabalho para finalizar o caso e, posteriormente, conduzir aos demais conselheiros o tema para eventual debate e deliberação.
A oposição do Inter reclama do uso da verba oriunda de parte da venda dos direitos televisivos pelos próximos 50 anos, originalmente de 20%, mas com atualização para metade da quantia. O debate já foi motivo de posicionamentos distintos em julho de 2023, com votação entre Liga Forte União ou Libra. Outro ponto de protesto é a promessa de que o dinheiro seria aplicado para pagar dívidas e também na construção do CT de Guaíba.
A estrutura na região metropolitana de Porto Alegre é debatida internamente em virtude da enchente de maio. Há o temor da área alagar com frequência e o risco de problemas de inutilização.
A situação justifica que as contas do processo já foram aprovadas pelo Conselho Fiscal do Colorado e, em março, pelo Conselho Deliberativo. Entre abril e maio, a oposição pediu esclarecimento sobre a destinação dos recursos. Os dirigentes alegaram que os números foram comprovados, mas houve baixo interesse na busca por informações com apenas sete opositores tentando aprofundar o tema. A desconfiança dos apoiadores da atual gestão é que o movimento de agora é puramente político.
Caso a comissão constate gestão temerária por parte de Alessandro Barcellos e dos demais vice-presidentes eleitos, o Conselho Deliberativo poderá votar o caso, algo pouco provável pela conjectura política atual colorada. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 45 dias, sendo finalizado até a metade de dezembro. Pelo planejamento, a ideia dos integrantes é concluir o relatório antes do prazo, no máximo, no começo do último mês do ano. Os encontros e conversas devem ser semanais.
Alessandro Barcellos falou sobre o assunto depois do empate com o Flamengo:
— Eu tenho absoluta certeza de que essa gestão é a gestão mais transparente que o Internacional teve. Nunca respondemos tantos questionamentos, nunca abrimos tantos números, nunca fomos tão claros sobre a situação do clube e sobre tudo aquilo que a gente faz. Então é uma situação do Conselho, a gente está muito tranquilo em relação a isso. Espero que isso não atrapalhe o andamento do clube como um todo e que a gente possa continuar focado no futebol com a ajuda do torcedor, do verdadeiro colorado, aquele que está com a gente, aquele que está torcendo.