Para enfrentar novamente Renato, agora usando o uniforme do Inter pela primeira vez, Roger Machado rodou o país. Depois da carreira vitoriosa em campo, especialmente no Grêmio, andou pelo Japão e pelo Fluminense quando ainda calçava chuteiras. E voltou ao Olímpico para começar a vida na casamata. De prancheta na mão, esteve nos principais centros do futebol brasileiro. Trabalhou em São Paulo, Rio, Minas e Bahia. Retornou ao RS. E teve a coragem de desafiar a rivalidade para vestir vermelho. Vive agora no Beira-Rio a expectativa de um Gre-Nal especial.
No título da Copa do Brasil do Fluminense de 2007, com Renato como treinador daquele time, Roger foi titular na partida final e marcou o gol decisivo. Aquilo é uma espécie de símbolo, de reconhecimento do futebol ao que significava o então lateral-esquerdo. Quem lembra disso é o ex-goleiro Fernando Henrique.
— Renato era bem parecido com o que é hoje. Tinha aquele jeito brincalhão, mas defendia os atletas, nos apoiava. Roger era um dos mais velhos do grupo, e o que mais treinava. Nunca tinha visto alguém tão determinado, centrado. Sabia desde aquela época que seria um grande treinador. Imagino o tamanho desse Gre-Nal aí no sábado.
Experiência em clássicos
Roger nunca se furtou de elogiar Renato. O tratamento nos microfones é sempre respeitoso. A última declaração foi entre as finais do Gauchão. O atual técnico colorado comandava o Juventude. E disse:
— Fui jogador do Renato. É um treinador que gosta que o time jogue ofensivamente. Valoriza o individual, quer que que o jogador talentoso apareça na partida. Ele tenta proporcionar liberdade, e isso, muitas vezes, é difícil marcar.
Os treinadores têm estilos diferentes. Douglas, o Doga10, que foi jogador de ambos, falou sobre eles ao podcast Tudo em Off:
— Prefiro o Roger. O treino era diferente. Às vezes treinava uma hora, uma hora e 10 minutos, mas era intenso demais. Tudo o que fazíamos no treino repetíamos no jogo.
O atual técnico colorado sempre valorizou o quanto aprendeu com Renato. E o quanto as outras experiências ajudaram. Ele comandou o Palmeiras contra Corinthians, Santos e São Paulo; o Atlético-MG contra o Cruzeiro; o Fluminense contra Flamengo, Botafogo e Vasco; o Bahia contra o Vitória; o Juventude contra o Caxias. Coleciona vitórias históricas e derrotas dolorosas. Seu aproveitamento nos confrontos entre rivais é de 51%. Sabe bem, portanto, dos altos e baixos da profissão.
O Gre-Nal de sábado será o 33º da vida de Roger. Somado aos outros 24 clássicos que viveu como técnico por outras equipes, o número deixa claro que experiência não falta. A novidade será estar do outro lado da rivalidade gaúcha pela primeira vez. Quem é daqui sabe o quanto isso importa.
Roger x Renato
- 9 jogos
- 3 vitórias de Renato
- 4 vitórias de Roger
- 2 empates
Roger em Gre-Nais
Como jogador
- 22 clássicos
- 7 vitórias
- 8 empates
- 7 derrotas
- 43% de aproveitamento
Como treinador
- 10 clássicos
- 5 vitórias
- 1 empate
- 4 derrotas
- 53% de aproveitamento
Outros clássicos
Pelo Fluminense
- 6 jogos
- 3 vitórias
- 2 empates
- 1 derrota
Pelo Atlético-MG
- 5 jogos
- 2 vitórias
- 1 empate
- 2 derrotas
Pelo Bahia
- 1 jogo
- 1 derrota
Pelo Palmeiras
- 10 jogos
- 5 vitórias
- 1 empate
- 4 derrotas
Pelo Juventude
- 2 jogos
- 2 empates
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