Um ano e dois meses depois da apresentação que encheu o Gigantinho, empolgou os colorados e emocionou sua família, Enner Valencia vai ser reserva do Inter. O centroavante perdeu espaço no time após um semestre de apresentações insuficientes. E não só com a camisa colorada. Pela seleção também ficou devendo. É um 2024 difícil para o capitão e maior ídolo do Equador. O jogador está, claramente, com problemas além do campo.
Valencia está triste. A mudança total de comportamento começou na volta da Copa América. O tombo pelo pênalti perdido nas quartas de final foi proporcional à esperança de levar o Equador ao título. Aquela, segundo ele, era a partida da vida. E, em sua cabeça, falhou na hora que seu país mais precisava.
Desde então, sorri menos do que em outros tempos. No condomínio onde mora, também tem aparecido pouco, mesmo sendo vizinho de outros jogadores do Inter. Mal tem conseguido acompanhar a rotina esportiva dos filhos, um de seus principais hobbies em Porto Alegre. A cidade está pesada, o ambiente ficou tenso. Mas apesar disso, ao menos por ora, não há a intenção de sair.
Faça-se justiça, Valencia está sendo absolutamente profissional. Vai aos treinos e se empenha. Só que a bola dá na canela, os chutes não entram, o movimento não sai naturalmente. No duelo contra o Juventude, inclusive, assumiu a responsabilidade de cobrador de pênalti. E errou. As vaias que se sucederam terminaram de afundá-lo.
Preservação
O comportamento profissional ficou evidenciado pela reação à conversa que teve com Roger. O treinador entendeu que o melhor seria deixá-lo no banco contra o Cruzeiro, às 19h de domingo, no Beira-Rio. Preservá-lo das críticas, mas mantê-lo como opção para alguma necessidade. Seria uma espécie de recomeço em 2024.
O atacante teve problemas físicos no início do ano. O tratamento de uma lesão sofrida antes do Gre-Nal do Gauchão teve de ser abreviado porque o time ficou sem centroavante e estava atrás do Juventude na semifinal. Valencia voltou sem estar nas condições ideais.
Isso, porém, não explica tudo. É tão verdade que ele é vítima do mau momento do Inter como clube, como é fato que o time não está bem também porque Valencia está mal.
Outra penalidade desperdiçada mudou definitivamente sua imagem, desta vez no Inter. Por mais que a história registre gol contra o Juventude no Alfredo Jaconi, Valencia errou a primeira cobrança (que foi repetida por invasão de área de um adversário). Só que entre um chute e outro, um torcedor do Inter pulou a grade e tentou agredir o equatoriano, que acabou salvo por Alan Ruschel. Dali por diante, ele passou a ser vaiado.
Ainda há esperança
Isso mudou sua rotina em Porto Alegre. Valencia costumava acompanhar a rotina esportiva dos filhos. Passava algumas tardes na Sogipa, interagia com torcedores. Agora, não tem aparecido. No condomínio onde mora, na Zona Sul, circula pouco. Alguns familiares defendem que ele volte para o Equador. Mas isso não está nos planos. Valencia tem contrato por mais dois anos e repete a todos que sua vontade é cumpri-lo. Ainda há esperança de recuperar o prestígio e a admiração da torcida.
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