Em novas cores, ocupando o vestiário do mandante, Roger Machado está de volta ao Beira-Rio. Pela primeira vez como colorado. O novo treinador do Inter viveu nesta quinta-feira (18) as suas primeiras horas como funcionário do clube que foi seu rival como jogador e como técnico.
Roger chegou acompanhado do presidente Alessandro Barcellos, do executivo Magrão e do vice de futebol Felipe Becker. Após ser apresentado pelos dirigentes, falou suas primeiras palavras públicas como comandante do Inter.
— É um desafio importante, do tamanho do Internacional. Penso estar preparado para este momento.
Em 46 minutos que durou a coletiva, Roger desfilou seus conceitos sobre futebol e sobre a vida. Bebeu água, alongou o pescoço, coçou os olhos, ajustou os óculos e falou sobre o presente e o futuro.
Apesar do momento conturbado pelo qual passa o Inter, ele afirmou ser possível que uma taça volte a ser conquistada. O Inter é o 13º colocado do Brasileirão e perdeu para o Rosario Central a partida de ida dos playoffs da Copa Sul-Americana.
— Uma das razões pela vinda foi justamente por acreditar que a temporada não acabou e pode acabar de forma bem-sucedida, com conquistas. É uma grande oportunidade na minha carreira. Esse é um momento muito importante pra mim. Busco retomar minha carreira. Posso, junto com os jogadores, ter uma grande conquista, que é o credencia os treinadores a sonhos maiores — explicou.
Por sonhos maiores entenda-se treinar a Seleção Brasileira, como comentado em outra resposta.
Sobre o campo, evitou respostas definitivas e falar de maneira objetiva sobre nomes do elenco colorado, como Alan Patrick, Borré e Valencia. Disse que no meio para frente, montou seus times das mais diversas plataformas táticas.
Depois de quatro confrontos contra o Inter como técnico do Juventude, com duas classificações sobre os colorados, afirmou ter conhecimento de cerca de 80% das características do seu novo elenco e que os 20% restantes serão dados com o trabalho do dia a dia. Apontou, sobretudo, que vê espaço para evolução.
— Muitos jogadores com boa relação coma bola. O time tem uma estrutura tática muito bem desenhada, movimentos bem caracterizados, buscando um tipo de jogo específico. Uma varação que, na minha forma de ver o jogo, pode ser evoluída. Algumas similaridades com que eu produzi em determinados momentos do jogo, até mesmo na pressão alta. Outras que vamos colocando o que penso do jogo — explicou.
A maior parte da vida esportiva de Roger está relacionada ao Grêmio, onde viveu a maior parte da carreira de jogador e onde viveu o seu maior momento, até aqui, como técnico.
A "troca de lado" causou estranheza em vermelhos e azuis.
— (Vejo) naturalidade. Vivi aqui no Estado, vivi a rivalidade. Como jogador sempre deixei a rivalidade dentro do campo. A relação do torcedor é passional. Sou apaixonado pelo jogo e compreendo o torcedor. É um processo natural. Como profissional do futebol, também administro isso de uma forma que circule bem neste ambientes e trabalhar com tranquilidade.
Roger comandou o seu primeiro treino na tarde desta quinta-feira, no CT Morada dos Quero-Queros. Na sexta (19), ele terá mais uma atividade para definir o time que colocará em campo em sua estreia, sábado (20), contra o Botafogo.
Equipe
Junto com ele chegam ao Beira-Rio quatro membros da comissão técnica. O preparador físico Paulo Paixão, os auxiliares Adailton Bolzan e Roberto Ribas, e o analista de desempenho Guilherme Marques.